domingo, 27 de outubro de 2013

Casa Restaura-me ganha voluntários da Universidade Anhanguera



A Casa Restaura-me no bairro Lagoinha recebeu neste sábado (26) universitários com trabalho filantropo. Os alunos junto a um grupo de pessoas responsáveis pela Casa, oferecem alimentação e auxílio para moradores de rua. Segundo a universitária Mariana Oliveira (24), este projeto iniciou-se com um trabalho acadêmico da Faculdade Anhanguera e se transformou em ajuda ao próximo.

Felicidade, amor, alegria, espontaneidade, esperança, solidariedade, compartilhamento, amizade, gratificação e compromisso foram as palavras que os estudantes definiram para o trabalho realizado por eles. A Casa sempre cheia conta com a ajuda de várias pessoas, como sempre esta de portas abertas do lado de fora , algumas pessoas já aguardavam.

O Censo de 2005 registrou cerca de 1000 pessoas morando nas ruas. Em 2013 o número dobrou passando de 2000 mil pessoas.

Os estudantes realizaram uma dinâmica de grupo com as pessoas que estavam presentes. O voluntário Melquisedec  Lúcio diz que a satisfação de participar deste momento e contribuir de alguma forma para a satisfação dos presentes era visível de todos os lados. “Quando a gente tem objetivo de querer ajudar e comparece, notamos essas mazelas sociais. É nítido que tínhamos pouco contato com a realidade. Estar aqui é gratificante”. destacou ele.

 “Eu era um microempresário  e razoavelmente vivia bem. Daí comecei a 'perder a moral'. Tive contato com essa casa que nos aceita de braços abertos. Já tem um ano que eu pego comida aqui e quando estou aqui eu fico muito feliz. Dá paz no coração estar aqui”, disse emocionadamente o morador de rua Ronaldo Oliveira.

Enquanto os moradores de rua e os voluntários cantam e se divertem, ajudantes na cozinha preparam o almoço. “Eu fiquei muito feliz, porque eu nunca tinha vindo nesses lugares. E as pessoas podem ser quem for,  todo mundo precisa, comer, beber , vestir e ser bem tratado.” Afirma dona Chica cozinheira e voluntária.

Segundo o  IBOPe,  conclui-se  que 1 entre 4 brasileiros já fez ou faz trabalho voluntário. Com 53% de mulheres  e 47% de homens, a maioria é feita pela classe C. Trinta e oito pessoas que fazem trabalho voluntário possuem ensino médio completo e superior incompleto. Pessoas com esse perfil possuem habilidades que agregam valor pelo serviço voluntário.

Após a dinâmica eles fizeram uma oração e o almoço foi servido.
A coordenadora da Casa, afirma que, esse também pode ser um meio de entrar no mercado de trabalho, principalmente se na empresa existe humanização e solidariedade. Se é uma empresa que trabalha com esse nível de relação com o outro ou de encontrar mercado para outras pessoas.

Cão Viver, um lugar de esperança

Por: Aline Miranda, Gláucia Stefanie e Lindeir Francis


A Cão Viver foi fundada em agosto de 2003 pelo grupo de amigos Marlene Moreira, Denise Menin e Vicente Martins, que antes desenvolviam ações isoladas. O objetivo desde o início era acolher cães e gatos em situação de abandono e maus tratos, além de desenvolver ações de conscientização e educação ambiental. Nos primeiros 5 anos, hoje um pouco menos a ONG vem sendo mantida pelo fundador e mantenedor Vicente, e também conta com a ajuda de parceiros e voluntários.

Paula Fantini, voluntária - Foto: Aline Miranda

Maria Eduarda, voluntária - Foto: Aline Miranda
Uma das voluntárias é Paula Fantini, Conselheira Fiscal, ajuda há 1 ano e meio, sempre aos sábados. “Colaboro para o funcionamento da ONG, organizo a lojinha, ajudo nas adoções... Sou uma das autorizadas a realizar todo o processo de apadrinhamento de cães e gatos, pois a entrevista só pode ser feita por determinadas pessoas”. Ela é mãe de Maria Eduarda, também voluntária. “A Duda adora vir ficar em contato com os animais, ela só não vem aqui se estiver doente”, conta Paula.
Entrada da ONG Cão Viver, Rua 1º de Maio, n º 165 – Bairro Braúnas

Foto: Lindeir Francis
Desde o início está localizada no bairro Braúnas, próximo a Pampulha. Antes de ser alugado pelos fundadores, o local pertencia a uma senhora alemã que criava jaguatiricas. Hoje conta com uma área verde de aproximadamente 3.000 m² e uma infraestrutura de canis, gatis, maternidades, enfermarias, banho e tosa, playdog, consultório veterinário, bloco cirúrgico e quarentena. Tudo idealizado para promover o bem estar e a saúde dos animais, além de apresentar-se de acordo com as normas de proteção animal.


Gatil, parte da infraestrutura da ONG Cão Viver
 Foto: Aline Miranda
Play Dog, parte da infraestrutura da ONG Cão Viver
Foto: Lindeir Francis
 
Canil, parte da infraestrutura da ONG Cão Viver  
Foto: Aline Miranda 
Consultório para consultas externas
Foto: Lindeir Francis
A ONG também presta atendimento externo com serviços veterinários para cães e gatos com custo reduzido. Em média são atendidos 4 a 5 casos por semana. Também é realizado cirurgias, exames, aplicação de medicamentos, curativos, vacinas, limpeza de tártaro, vermifugações e consultas e cirurgias ortopédicas que é necessário agendar. O horário de atendimento funciona as 2ª, 3ª, 5ª e sábado das 9:00 ás 12:00hs e das 14:00 às 16hs e nas sextas feiras atuam das 14:00 às 16:00. Sem atendimento as quartas-feiras. Mais informações pelo telefone: (31) 3397-8560.
Vitória, cadela também acolhida pela Cão Viver
Foto: Aline Miranda
Todos os animais que chegam a Cão Viver geralmente estão muito debilitados e com alto índice de estresse, por sofrerem algum tipo de mau trato. Ao ser resgatado, o animal passa por um processo de triagem e são encaminhados para a quarentena, começando a receber os cuidados necessários para sua recuperação. Todos adquirem atendimento individualizado, realizado pelos funcionários, voluntários e pelo serviço de veterinária.
Paco, Cão também acolhido pela cão Viver
Foto: Aline Miranda
Desde a sua fundação a Cão Viver acolheu cerca de 5 mil animais, e para que um cachorro ou gato seja aceito na ONG é necessário que outro seja adotado, pois não há vagas e as normas de proteção animal determinam 4 cachorros por canil. De acordo com Paula Fantini, a Cão Viver tem capacidade de acolhimento para cerca de 130 animais. Hoje existe uma lista de espera de protetores que já retiraram os animais e estão prontos para adoção, todos estão aguardando por uma vaga. Em entrevista Denise Menin, uma das fundadoras, afirma: “Quando não há vaga colocamos o animal na lista de espera, mas existem muitos casos em que deixam filhotes em uma sacola na nossa porta. Nós temos que respeitar a quantidade de 4 cachorros por canis, conforme as normas de proteção animal”.
Por mês são realizadas em média 22 adoções, mas este número varia muito dependendo da época do ano. “Este número varia de ano para ano e mês para mês. Em dezembro o número de pessoas que querem desfazer dos cachorros, aumenta muito. Isto acontece porque as famílias querem viajar por um longo período e como não tem aonde deixar preferem se desfazer deles”, conta Denise.
Elizete e família, agora com mais duas integrantes,
a Doli e a Laila - Foto: Aline Miranda
Elizete Cardoso e sua família adotaram duas cadelinhas através da ONG, a Laila e a Doli ganharam novos lares com muito amor. Ela conta que gosta de animais e é contra qualquer tipo de violência. “A Doli passou a ser membro da família, é carinhosa e meiga, mais gratificante ainda é ver a alegria dos meus filhos, a Laila é do meu irmão, e os meus sobrinhos é que estão amando, pois é o primeiro cachorrinho que estão ganhando”.
Aos sábados acontece a Feira de Adoção Permanente ONG Cão Viver, das 10 ás 16 horas. Para adotar um cachorro ou gato a pessoa deve ser maior de 21 anos, levar xerox e original de um comprovante de endereço, identidade e CPF e contribuir com R$ 35,00. O candidato a adoção passa pela etapa de visitação sentindo o primeiro contato com o bichinho escolhido e pela etapa da entrevista aonde responde um questionário da Pedigree e é anexado os documentos na ficha de adoção. Cada etapa é avaliada minuciosamente, para que não ocorram enganos. “Se a pessoa não passar em toda as etapas ela não poderá adotar, pois o objetivo é dar um lar adequado e não se livrar deles. Agente não esquece que eles são animais e precisam do espaço deles como animais, mas queremos garantir que eles recebam carinho e bons tratos. Uma vida como eles tem aqui.” Enfatiza Denise.
Entrevista, processo de adoção da Doris
Foto: Aline Miranda
Ana Maria, estudante de 32 anos, aproveitou a Feira de Adoção para adotar a cadelinha Doris, nome que ela escolheu. Ela passou pelo processo de adoção, foi aprovada e levará sua amiguinha para casa. Durante a visita, Ana teve o prazer de conhecer Doris, que já ganhou um lacinho e um kit com vasilhame para comida e brinquedo da Pedigree, em despedida, afirma: “A Doris vai ser tratada como uma filha”.


Conheça a Pedrita, a cachorrinha que representa a Cão Viver

Pedrita é uma mestiça de Pitt Bull, com 5 anos de idade e uma sobrevivente. Foi resgatada em um beco de um aglomerado de Belo Horizonte, após denúncia de moradores. Naquele local eram realizadas rinhas com cachorros, onde o dinheiro apostado era usado para consumo de bebidas e drogas.
As cicatrizes de anos de abuso estão espalhadas pelo corpo e no olhar da cachorrinha, que chegou a perder uma das orelhas.  Ao chegar na ONG Pedrita passou por um processo de socialização, mas infelizmente não consegue conviver com outros animai. É muito amiga, extremamente brincalhona e adora um carinho.
Este ano Pedrita está sendo a representante da Cão Viver no concurso Max meu amigo é um máximo, na categoria ONG. No ano passado a associação ficou em terceiro lugar. O primeiro lugar ganha 1 tonelada de ração, isso significaria mais de 6 meses de ração para os bichinhos da Cão Viver. Para ajudar a Pedrita e seus companheiros a garantirem este prêmio votar basta clicar no link:
Voluntário Átila, Fundadora Denise Menin e a cadela Pedrita
Foto: Lindeir Francis
Não se esqueça! Maus tratos aos animais é crime, a Lei de Crimes Ambientais prevê detenção de 3 meses a 1 ano e multa. Por isso devemos denunciar qualquer forma de abuso, para que outras “Pedritas” possam ser resgatadas e tenham a vida que merece.

Amigo não se compra, adota-se!





Por uma cidade melhor

Por: Carolina Ávila, Ramon Henrique, Talles Costa e Thamires Fortunato 

 Prefeitura Municipal de Brumadinho lança Campanha “Adote Um Amigão”


Slogam da campanha Adote um Amigão da Prefeitura Municipal de Brumadinho 


A Prefeitura Municipal de Brumadinho, cidade localizada a cerca de 50 km de Belo Horizonte, criou a campanha “Adote Um Amigão”, leve um cãozinho para casa. O Canil Municipal de Brumadinho está retomando as atividades, agora já estruturado, com profissionais qualificados e materiais de primeira. Atualmente abriga cerca de 80 cães que pertenciam a ONG Lar Animal, também da cidade, fechada devido a falta de dinheiro para manutenção.
Os cachorros que chegam ao Canil são vacinados e já passam pelo processo de vermifugação. São animais de várias idades, tamanhos e pelagens diferentes, muito dóceis e inteligentes que foram abandonados pelos seus donos e encaminhados ao Canil. Desde julho deste ano, os animais estão sendo recolhidos pela equipe de Zoonoses e conduzidos ao canil onde passarão por exames clínicos e laboratoriais. Os cães saudáveis são vacinados e encaminhados para a adoção.
Segundo o departamento de Zoonoses da Prefeitura de Brumadinho, o Canil possui mais de 80 cães, de variadas raças e idades. Ainda de acordo com o departamento, cerca de 50 cachorros já foram adotados desde a abertura da campanha, no mês de junho de 2013. “Eles precisam de um lar, com conforto e carinho, e os benefícios são para todos, tanto para o dono que ganha um amigo fiel quanto para o animal que recebe uma casa cheia de amor”, disse dona Dalvonete Silva, funcionária do Canil.
Para adotar, é necessário que a pessoa seja maior de idade, e é exigido o preenchimento de uma ficha que estabelece o comprometimento em tratar bem do animal, além de apresentar cópias do CPF, carteira de identidade e do comprovante de residência, sendo assinado, ainda, um termo de adoção, para evitar que o cão seja novamente abandonado.

Quem se interessar em adotar, deve entrar em contato com a Vigilância Sanitária da cidade pelo telefone (31) 3571-2814




 Amor pelos animais leva Dona Dalvonete a cuidar dos cachorros como se fossem filhos, segundo ela.
 Foto: Talles Costa
Cães abandonados são levados ao canil, vacinados, vermifugados, e entram no processo de adoção.
Foto: Talles Costa

A importância da campanha


Fomos até o Canil Municipal de Brumadinho, onde fomos recebidos pela veterinária Lorena Paulínia Jardim Duarte, responsável pelo Canil. Focamos na campanha e também nas dificuldades em adotar um animal. A primeira pergunta foi qual o motivo levado a criação da campanha Adote um Amigão, ela disse: “A cidade estava tendo problemas com animais soltos na rua, causando acidentes e inclusive transmitindo doenças. Resolvemos fazer uma campanha para que chamassem a atenção à esse problema tão comum em praticamente todas as cidades do país.” Lorena nos mostrou a estrutura do canil e disse que está muito contente pelos resultados obtido já nos primeiros meses.
A veterinária comentou que, pensando no próprio animal, não é fácil fazer uma adoção: “Uma adoção não deve ser tão simples como parece. Deve ter primeiro uma entrevista, análise da família e a segurança e cuidados que os animais adotados terão”, alertou.  Quando uma pessoa quer adotar um bichinho, a primeira medida do órgão é questionar os motivos que levaram a pessoa a procurar o canil. "Perguntamos o porquê e para que a pessoa quer um cão, a fim de evitar que ela leve um animal e não dê o tratamento correto a ele."
Segundo Lorena, não é analisado somente o perfil da pessoa que chega ao canil. O procedimento é apurar se todas as pessoas que compõem a família gostam de animais. Se alguém na casa não tem afinidade com bichos, a adoção não é autorizada. "Tem gente que procura o canil para fazer a reprodução dos cachorros ou para vendê-los. Fazemos a pesquisa, também, para evitar que ocorram transtornos posteriores." O canil tenta direcionar os cachorros de forma que eles fiquem em uma situação segura.
A veterinária acredita que uma auto avaliação também deve ser feita. As famílias devem ficar atentas ao espaço disponível e também à manutenção dos animais. A vontade de ter um companheiro vai além do querer. "Sempre que alguém se propõe a adotar um bicho tem que pensar se tem condições de manter o animal. O cachorro, por exemplo, tem, em média, 15 anos de vida, precisa ser vacinado, tem que ir ao veterinário constantemente e pode ficar doente. A pessoa tem que pensar em todas essas questões", explica a especialista.
Segundo ela, o fundamental é pensar no espaço que a pessoa tem para criar o animal, além do tempo a ser dedicado ao bicho. "Às vezes, a pessoa quer um animal e não tem espaço suficiente para cuidá-lo. Alguns animais precisam de muito espaço e não podem ser criados em ambientes como apartamentos." Mesmo que alguns bichos se adaptem bem a ambientes pequenos, eles também precisam de outras atenções, é o caso do cachorro da raça poodle. "O poodle é um cão de companhia, mas se a pessoa não souber orientá-lo, ele pode se tornar um animal agressivo. Então, o ideal é educar, desde pequeno, qualquer tipo de animal, para que, no futuro, o dono consiga mantê-lo. Os animais têm que ser condicionados para se adaptarem a esses costumes. Mas como aqui no canil raramente encontramos um cão de raça pura, não enfrentamos esse problema." No caso do cão da raça pitbull, se essas práticas não forem introduzidas no animal, a agressão pode ser em grau muito maior do que a do poodle.
Para que a pessoa não tenha problemas posteriores à adoção, a especialista indica que o indivíduo procure um veterinário antes de tomar a decisão: "A pessoa precisa ter informações se o animal que ela está querendo é adequado para o tipo de ambiente em que ela vive. Se ele não é agressivo. As formas de educá-lo e também as características da raça.”.
A adoção ou até mesmo a compra por impulso, apenas para agradar os filhos, não é aconselhável. "No final, quem cuida são sempre os pais."
Segundo Lorena, as pessoas solteiras e as crianças (acompanhadas dos pais) são o maior público da adoção de animais. "Atualmente, a procura por cães de porte menor e pelos de guarda são a maioria, porque as pessoas estão morando mais em apartamentos e outras estão optando pela segurança das residências, especialmente aqui em Brumadinho", explica.
           Lorena também garante que hoje os cães mais procurados não são os de raças. “Claro que existe essa preferência, mas por se tratar de canil, esse tabu é quebrado. Quem mora em apartamento prefere os de pequeno porte. Já quem mora em casa, pela questão da segurança, preferem os de maior porte." De acordo com Lorena, existe não um preconceito com os vira-latas, mas sim com os cães adultos." As pessoas sempre preferem os cães mais novos. Mas os adultos são boas opções, uma vez que o tamanho já é conhecido, além de se saber o comportamento do cão. Ontem mesmo veio uma menina buscar um cão que ela mesmo escolheu, e ele já tem, aproximadamente, uns 8 anos."
E para concluir, Lorena completa: “No Canil Municipal existem 80 cães mais ou menos, sendo que 60 estão aptos à adoção, com condições saudáveis e vacinadas. Depois que criamos a campanha, o número de adotados subiu muito, e esperamos aumentar mais. O canil fica em um local bom, pouco distante da cidade, tem uma área ótima e espaço ideal. Peço para que adotem cães, eles precisam de um lar e muito carinho”.

Estrutura do Canil da Prefeitura Municipal de Brumadinho.
Foto: Talles Costa

Os Benefícios 

     A campanha visa uma cidade sem animais soltos pelas ruas, onde os cidadãos podem andar tranquilamente sem se deparar com cães rasgando lixos e invadindo casas em busca de alimentos. 
      Animais soltos pelas ruas geram desconformo a população além de não contribuírem para a limpeza da cidade, animais sem os cuidados necessários podem transmitir doenças.
Iniciativas como a da Prefeitura Municipal de Brumadinho trazem mais satisfação, tranquilidade e conforto aos moradores e visitantes da cidade. Ideal seria que a prefeitura de todas as cidades fizessem algo semelhante. 

A solidariedade como estilo de vida

Matéria: Camila Freitas, Sarah Lima e Stéphanie Lisboa

Fotos da matéria: Sarah Lima


Pessoas que querem mudar o mundo! pode parecer uma frase muito sonhadora para alguns, mas existe um casal que decidiu fazer a diferença na vida de muitas famílias. A fundação Obra Prima é uma casa de apoio para as famílias que tem filhos especiais. O Fundação, que vai completar cinco anos, nasceu do sonho de um arquiteto e pastor Vladimir Ribeiro e sua esposa a bióloga com especialização na área de educação especial Waldenice Ribeiro, com um sonho de fazer algo diferente no mundo.



Pastor Vladimir Ribeiro, responsável pela Fundação Obra Prima


Vladimir vindo de uma família pobre e que morava no interior, sempre quis fazer a diferença na área social. Sua especialização na arquitetura foi na área comunitária. O pastor tem um filho especial, e sempre que buscava ajuda para o tratamento ele não encontrava. Ao ver sua dificuldade em buscar tratamento, ele e sua esposa começaram a pensar nas famílias que passavam pela mesma limitação, então decidiram ajudar as demais famílias que se encontravam na mesma situação.

Para Waldenice a missão do Obra Prima é trazer para as crianças a alegria que na maioria das vezes elas não encontram em casa. O grande diferencial da Fundação é fazer com que cada criança se sinta amada e todos os envolvidos no projeto formem uma grande família. O Projeto consegue se manter graças ao convênio com o Governo Estadual, e com as arrecadações financeiras que chegam por meio da venda de biscoitos caseiros em uma barraquinha na Igreja Batista da Lagoinha.

Atualmente, quarenta famílias são atendidas pela fundação, contando com a ajuda de sessenta voluntários que trabalham no local. O casal é responsável por buscar doações e equipamentos para a fundação. As próximas realizações do Obra Prima para melhorar mais o lugar serão, construir um playground, uma piscina de hidroterapia e adquirir um veículo para o transporte das famílias que moram longe.



Brinquedoteca lugar de ser criança




Sala para brincadeiras pedagógicas


O Obra Prima atende crianças e adolescentes até os dezoito anos. Quando os jovens chegam a maior idade, o pastor que tem parcerias com empresas dão aos jovens a oportunidade para a inserção na vida profissional.

O Obra Prima carrega no nome, o significado muito especial: Obra porque todos somos uma obra especial criada por Deus; e Prima por sermos únicos. O tema da cor da casa é o azul: céu e mar. Mar tipifica os seres humanos e o céu Deus, assim na visão do casal seria Deus presente na terra. O amor de Deus presente na terra fazendo a diferença na vida das famílias que necessitam de ajuda. E as paredes da casa são ilustradas com histórias bíblicas.



Parede decorada com inspiração nas diversas ondas


A casa onde fica o Obra Prima só teve um morador e quando a família resolveu vender a residência colocou uma condição: que a casa continuasse sendo uma casa familiar. O encontro perfeito aconteceu quando o casal conheceu a dono da casa e explicou porque queriam comprar a casa. Waldenice e Vladimir compraram a casa e o antigo dono acabou deixando alguns móveis e livros para ajudar no projeto.



Fachada da casa onde fica a Fundação




A preocupação do Obra Prima é em atender não só a criança especial, mas a família que precisa de apoio e acompanhamento para vencer com as limitações. Com isso é gerado na família a conscientização da importância de um adulto na vida da criança especial. A Fundação desenvolve atividades entre elas o atendimento com a fonoaudióloga, consulta com psicopedagoga, reforço escolar, acompanhamento psicológico com a família e a arte terapia.

O sonho do Obra Prima segundo Waldenice é alcançar o maior número de famílias, inserir as crianças na escola e futuramente no mercado de trabalho. Eles realizam o momento Brilho nas Estrelas, um evento onde pessoas que tem necessidades especiais contam sua história de superação e deixam o exemplo para outros jovens e famílias, de que é possível alcançar os sonhos mesmo diante das limitações físicas.

Para o pastor é importante o acompanhamento dos pais durante todo o tratamento. E para ajudar ainda mais as crianças no interação com outros, o projeto adotou um mascote paraplégico, o cachorro da raça Pastor Alemão, chamado Dolly Melk. O animal é tão especial para todos que em homenagem estão confeccionando por um artista plástico, uma réplica de Dolly Melk.


O projeto ainda tem uma revista que será lançada em breve, que contará a história de uma criança que é deficiente e a cadeira automática tem superpoderes. O objetivo do Pastor Vladimir Ribeiro e da esposa é que esse projeto alcance a todas as crianças do Brasil.

FRASES QUE MARCARAM

“O nosso sonho é alcançar as famílias, principalmente aquelas que não tem esse atendimento, que estão perdidas, que estão com o filho fora da escola porque não conseguem vagas.”

Waldenice Ribeiro

“Qualquer família que tenha um filho especial, ela é bem vinda na nossa casa.”

Waldenice Ribeiro

“A pessoa pode ter deficiências, mas o fôlego de vida que Deus dá não tem defeito.”

Pastor Vladimir Ribeiro

“Eu não consigo mudar o mundo inteiro, mas eu consigo mudar o mundo de uma família.”

Pastor Vladimir Ribeiro

A VISÃO DE QUEM PARTICIPA DO OBRA PRIMA

Não é uma missão nada fácil a tentar mudar o mundo. Mas não é impossível. Engana-se quem pensa que essa é uma atitude para poucos, pelo contrário, todos podem mudar o mundo a sua volta, isto com simples atitudes do dia a dia. O “Obra Prima” é um projeto que vem cumprindo o seu papel para melhorar o mundo. O reflexo desta mudança é visto nitidamente na vida dos voluntários, das famílias atendidas e principalmente no sorriso e alegria das crianças que fazem parte desta “família”.

Juliana Gomes é mãe da Eloá de apenas seis anos de idade, que foi diagnosticada com transtorno invasivo do desenvolvimento. Juliana e sua filha participam do projeto a quatro anos. Ela descobriu o centro de apoio através da igreja que frequenta. Em um dos cultos de mulheres as irmãs perceberam que a menina era diferente, assim a incentivaram a levar a filha até o Obra Prima.

Juliana disse perceber os avanços da filha. Segundo ela tudo é um estimulo. “Cheguei cheia de problemas na família, a questão de crianças especiais é muito complicada, pois a família fica toda desestruturada além, de já terem os problemas do dia a dia. Eu fui muito acolhida, fui tratada como pessoa, fui acarinhada pela casa eu fui acolhida de verdade. O projeto não cuida só da criança, mas acolhe a família inteira.”

A mãe de Eloá disse que adquiriu mais responsabilidade depois que entrou para o projeto. A partir da participação Juliana adquiriu uma percepção maior para entender e lidar com sua filha. Antes ela não entendia e não “queria ver” a realidade.

A psicopedagoga Claudete Dinelle, é voluntária e está no projeto a um mês. Foi convidada por uma amiga da faculdade a visitar o projeto e desde então se apaixonou. Para ela o projeto é muito interessante e só tem a crescer, as crianças são bem amparadas e recebem uma grande ajuda. Segundo ela o grande diferencial do Obra Prima é o lugar muito humano, que tem afeto, muito companheirismo, participação, onde existe troca de carinho. O papel da psicopedagoga na casa é ajudar a criança a tirar alguns bloqueios na aprendizagem. “É muito gratificante, nós aprendemos mais do que ensinamos”, afirmou a psicopedagoga.

Michele Cenisio é formada em pedagogia, é voluntária há um ano no Obra Prima. Segundo ela o projeto mudou a sua vida através da alegria das crianças e de poder passar o conhecimento que ela tem. Michele disse que é fundamental que os pais participem junto com as crianças, ela busca no trabalho trazer junto os pais, pois eles também precisam de atenção. Michele em sua entrevista cita várias motivos para o diferencial do projeto. “Atenção, carinho, a gente procura se envolver com os pais, ser parte da família deles, não ser apenas professora e pronto e acabou”, afirmou Michele.

O trabalho realizado pelo Ministério Obra Prima está refletido na vida de cada uma dessas pessoas. Que encontraram ali, naquela casa a oportunidade de viver melhor, de estar mais feliz e de encontrar uma nova família que os acolheu.

O Projeto fica na rua Itabira, 747, no bairro Concórdia e funciona de segunda à sexta, de 8 às 18. Para ser um voluntário basta entrar em contato pelos número 3421-4105 ou 8445-2910 (Falar com Vladimir), ou pelo e-mail vladimir.ribeiro@lagoinha.com.

PLANO VIVER SEM LIMITE

Pessoas com deficiência sofrem não apenas pelas suas delimitação físicas, mas também pela falta de acessibilidade nas cidades onde moram e pela falta de informação, que na maioria das vezes relacionam-se diretamente na qualidade de vida dele e da sua família. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem hoje 201.032.714 milhões de habitantes, sendo que 45,6 milhões dessa população, possuem algum tipo de deficiência. A acessibilidade nos municípios brasileiros é escassa, apesar da existência da lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.

Para melhorar a qualidade de vida dessa parte da população, o Governo Federal brasileiro criou no ano de 2011 o Plano Viver sem Limite (Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência). O Viver sem Limite será coordenado pela Secretaria dos Direitos humanos da Presidência da República (SDH/PR), e pretende implantar suas metas até 2014, com o investimento de R$ 7,6 bilhões. O Plano tem quatro segmentos como objetivo: Acesso à educação (buscando a ampliação do direito à educação para crianças e adolescentes com deficiência de 0 de 18 anos); Inclusão Social (que visa implantar Centros de Referência para oferecer apoio às pessoas com deficiência em situação de risco); Atenção à saúde (com o objetivo de aumentar as ações de prevenção às deficiências); e acessibilidade (que são ações em conjunto entre a União, os Estados e os Municípios, para aumentar a mobilidade urbana).

As pessoas com deficiência nunca pediram para serem tratadas de maneira diferente, mas ter a oportunidade de serem mais independentes e poder mostrar suas habilidades e talentos à sociedade. Tudo o que procuram é o cumprimento do direito de ir e vir, registrado na constituição brasileira. O ano de 2014 está próximo, e ainda falta muito o que se fazer para melhorar a mobilidade urbana e o acesso à informação, mas os sonhos e esperanças de ver um Brasil mais justo para todos persiste.



Adoção: um processo que se vence com vontade

Grupo de apoio a adoção realiza trabalho de destaque no auxílio a pais e filhos em BH


Por: Emerson Araujo, Fransciny Alves e Vinícius Silveira


“s.f. Ação de adotar: a adoção de uma criança, de uma lei. // Adoção plena, adoção na qual a criança adotada se integra completamente na família do adotante e perde qualquer laço com a família de origem. // Adoção simples, adoção na qual os laços de sangue subsistem. // Pátria de adoção, aquela que se escolheu para residir.”

O dicionário Aurélio define adoção dessa forma. A grande maioria das pessoas a enxerga como um ato de amor de um casal, dando a uma criança abandonada uma nova família. Porém, esse processo se mostra muito mais complicado quando analisado de forma mais próxima. Nem todos são Brad’s, Angelina’s ou Madonna’s. A adoção é um processo extremamente humano e que não deve se restringir a estereótipos ou preconceitos. Pessoas normais, adotando crianças normais, num processo que deveria ser absolutamente normal. Mas a lei brasileira continua defendendo que a adoção é uma última alternativa, não levando muitas vezes em conta o direito ou a felicidade da criança, mas um laço sanguíneo como fator primordial.

Casais homossexuais conseguem hoje o direito a adoção, mas ainda se enxerga muito preconceito. Qualquer casal para ser considerado apto a adoção, suscita uma avaliação de perfil para descobrir se enquadram-se nos “preceitos necessários” a paternidade. Biologicamente, nada disso é necessário. E muitas vezes a vontade de adotar esbarra na vergonha ou mesmo nos burocráticos trâmites legais.

Motivada pelas dificuldades enfrentadas no processo de sua primeira adoção, Fernanda Isoni fundou o GAABH, Grupo de Apoio a Adoção de Belo Horizonte. De seu modo peculiar e com o apoio de várias outras famílias que se mostraram solidárias a causa, o projeto vem ajudando novas famílias a se formarem, consolidarem e aceitarem a naturalidade da adoção. Chamado pela vice-presidente do grupo, de “uma gotinha no oceano”, Fernanda, Rosália e todas as famílias que participam das reuniões conseguem mudar o mundo e fazer uma sociedade melhor a cada riso, a cada choro, a cada dia.

Quando tudo começou


Rosália Sanábio é professora e vice- presidente do Grupo de Apoio de Adoção de Belo Horizonte e mãe de dois filhos adotivos, Samuel de 10 anos e Laila de um. Ela conta como surgiu o grupo e as motivações que levaram a criação do projeto, “Eu conheço a Fernanda Isoni há mais de 10 anos, porque trabalhamos na mesma escola. Na época eu estava em processo de adoção do Samuel e nós começamos a dividir experiências sobre o fato de sermos mães adotivas, os problemas legais, a demora e a adaptação das crianças. Então descobrimos que outras pessoas que já tinham adotado, tinham os mesmos problemas, as mesmas dúvidas, mas não tínhamos um espaço pra conversar, um lugar pra discussão, porque o exercício da adoção é um ato muito solitário. Porque na verdade, o Estado se preocupa com o bem- estar da criança, não dos pais adotantes. Então com isso veio a ideia de criar um grupo para discutir esse tipo de problemas”, explica a professora.

Fernanda, que é presidente do Grupo de Apoio de Adoção de Belo Horizonte e mãe de cinco filhos, sendo que dois são adotivos, explica a importância desse projeto. “Enquanto uma gravidez biológica demora nove meses, na “gravidez adotiva”, você não sabe quando este filho vai chegar. Então, este é um momento de muito sofrimento, e nós começamos a ver que as pessoas com essa intenção de adotar precisavam de ajuda e resolvemos nos juntar para auxiliá-las neste processo. Conseguimos a autorização da Vara da Infância e da Juventude, e o GAABH teve seu inicio no fim de 2010”, conta.

Orientação para os pais
De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, existem mais de 5.400 crianças esperando uma família, e este número aumenta quando se fala em pais que esperam por uma criança: mais de 29 mil.

À primeira vista, parece que este número de pais conseguiria facilmente adotar todas estas crianças. O grande problema são os perfis desejados por eles. A franca maioria deseja meninos e meninas entre 0 e 6, e o número maior na fila de espera varia entre crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos. Além de um desejo privilegiado por crianças brancas. Filhos pardos e negros somam 66,33% na lista de espera por pais adotivos.

A presidente, fala sobre o trabalho de orientação dos pais, da compreensão em entender que existem diversos tipos de crianças, e que o pensamento deve-se basear nos interesses da criança, e não propriamente no interesse dos pais. “A família que resolve adotar tem aquela imaginação do filho ideal, um bebê perfeito, não só fisicamente e que não dê o menor trabalho. Isso não existe, nem com filho biológico e nem adotivo. Então, o grupo serve para esclarecer que existem crianças reais. Nos abrigos existem crianças grandes, com deficiência, grupos de irmãos, negras, que são a maioria já que o pessoal quer mais crianças brancas. O grupo existe também para mudar este perfil e para que as pessoas enxerguem que estas crianças precisam ser filhos do mesmo jeito que as outras” explica.

Rosália ressalta que o objetivo principal do grupo é discutir uma Nova Cultura de adoção e incentivar o papel de adoções necessárias, que são aquelas adoções tardias, inter-raciais, crianças com necessidades especiais, crianças que os pais tinham envolvimento com drogas. “O GAABH busca incentivar os pais que estão na fila para se informarem melhor sobre o assunto, sobre o que é adotar. Porque com o tempo você percebe que vai tendo uma flexibilização pelo perfil. Porque mais importante do que a criança ser assim e assado, do jeito que a pessoa deseja - claro que isso é legítimo de cada um, é o desejo de ser pai e mãe – é a criança e os pais se adaptarem e formarem de fato uma família”, conta a vice-presidente.




Trabalho de assessoria
Fernanda e sua filha adotiva Isabela
Foto: Vinícius Silveira
Fernanda explicou como é feito o trabalho de assessoria aos pais em diversos caminhos, para dar o máximo suporte a aqueles que entram na lista para adoção. “Assessoria jurídica mesmo, a gente não faz, pois nenhum de nós é advogado. Entendemos dos processos pelo número de vezes que assistimos acontecer. Mas temos advogados que são nossos parceiros, que nos ajudam e que, às vezes, nós indicamos. A vara da infância também tem profissionais que são recomendados quando a pessoa não tem condições de pagar. Nosso papel mesmo é o acompanhamento das famílias, antes, durante e depois da adoção”, conta a presidente.

“Nós também temos um trabalho chamado “Busca Ativa”, que é a você buscar encaixar o perfil de uma criança no perfil de uma pessoa que está esperando. Isto acontece com as crianças fora do padrão preferencial dos candidatos. Por exemplo: um bebê chega em um dia, logo depois ele é adotado. Uma criança negra de sete anos, ela chega, fica um bom tempo até encontrar pais que a queiram. O juizado nos comunica quando tem por exemplo, uma criança negra, disponível para adoção com dificuldade de aprendizagem. Então, nós buscamos nos contatos, até mesmo, em outros estados em uma rede de grupos de adoção que funcionam no Brasil todo, um casal que busque uma criança assim. Alguns casais desejam apenas uma criança que precise de uma família, independente desse conceito de criança sem defeito. Nesse caso o processo acaba sendo mais simples, porque a adoção não é simplesmente por conta dos pais. A criança também precisa adotar aqueles pais como sua família”, explicou Fernanda.

De acordo com os perfis relatados, existem muitos pais que procuram por bebês. Mas, no caso de crianças com deficiência física, a busca é menor. “Não há uma grande procura, mas o número de crianças com deficiência é pequeno. Por isso, se for uma criança pequena, conseguimos uma família. No momento do cadastro, existe uma série de opções que os pais marcam para definir o perfil, e hoje existem pais que aceitam crianças com deficiências, mas quando são crianças maiores, ai a busca é bem menor”.

Troca de informações e interação com os pais
A troca de experiências é sempre válida, pois existem muitos casos em que pessoas que recém adotaram uma criança, têm dúvidas, e vão buscar conselhos com pessoas mais experientes. “No grupo, existe este tipo de interação sim e é muito importante. As pessoas trocam informações, experiências, esperam com outras pessoas que aguardam ansiosamente por conseguir uma adoção e, até mesmo, sofrem juntas quando dá algo errado. Também quando uma família consegue uma adoção e ela vai contar, um outro casal cria novas esperanças para aguardar sua vez. Então, elas ficam amigas, trocam telefones e formamos assim uma família entre amigos que vão criando uma relação mais estreita com o passar dos tempos, até porque a ideia do grupo é que as famílias continuem frequentando as reuniões e levem as crianças, para que elas também cresçam em um ambiente de que não se sintam diferentes por terem sido adotadas e vejam a adoção como um processo natural”, finalizou.

Petterson Zugaib e Sandra  com suas duas filhas, Ana e Eduarda
Foto: GAABH
O empresário Petterson Zugaib, 31 anos, conta que conheceu o GAABH em 2011 através do “Ministério Adotar” da Igreja Batista da Lagoinha. Ele e a esposa, professora Sandra Zugaib, 35 anos, estavam em processo de adoção das duas meninas hoje, Ana com 6 anos e da Eduarda com 4, quando adotaram Ana estava com 4 e a Eduarda com 2 - e desde então não perdem uma reunião do grupo, “Logo na primeira reunião, nos sentimos acolhidos e vimos que a troca de experiências foi fundamental, já que a nossa visão sobre adoção foi ampliada”, conta o empresário.

Segundo Petterson, quando ele e a esposa entraram no grupo já tinham muita informação sobre o que é adotar, mas o projeto ajudou e continua ajudando muito através das trocas de experiências. “É através do Grupo que você fica conhecendo todos os lados de uma mesma história, devido a troca de informações, com assistentes sociais, juízes, pais adotivos e aqueles que ainda pretendem adotar”, afirma Petterson.

O empresário revela que foi através do GAABH, que percebeu que cada criança e cada pai é único e consequentemente cada jeito de educar também é único. Foi no GAABH que a preocupação de Petterson de como cuidar, educar as crianças foi minimizada. “A missão de educar você aprende fazendo e as reuniões ajudaram a mostrar que cada filho, cada criança é única, então o jeito de você educar aquela criança, também é único. Não existe receita. O Peter e a Sandra tem um jeito de criar os filhos e outros casais a mesma coisa. O importante é entender isso e contar com o apoio de outras pessoas que passam pela mesma situação, é importante. O GAABH ajuda a construir e entender essa nova forma de família”, conta.

Experiência própria
Samuel e Laila
Foto: Acervo Pessoal
Rosália explica que por mais que a escolha do perfil do primeiro filho, Samuel, que hoje tem 10 anos, tenha sido flexível e ela tenha se inscrito em vários municípios, o processo foi complicado. “O Samuel veio de uma das cidades do interior, então foi um processo muito demorado, muito desgastante, porque na cidade pequena o juiz não é fixo, é itinerante, então a adoção não é vista como prioridade. Isso me fez envolver ainda mais com o Grupo de Adoção.”

Depois de um tempo, Rosália e o esposo Érico Anderson, que também é professor, viram que havia espaço para mais uma criança em casa. “Eu não sei quem disse, mas o amor é o único sentimento que aumenta, quando se divide. Então nós vimos que havia a possibilidade de abrir espaço para mais uma criança em nossas vidas. Então veio a Laila, em agosto de 2012. Na escolha do perfil do segundo filho demos preferência a meninas de 0 a 5 anos, mas com a possibilidade de meninas mais velhas e com possibilidade de doenças tratáveis.” A bebê que hoje tem um ano chegou mais rápido para o casal porque a genitora não realizou o pré-natal, não se cuidou e a criança tinha a possibilidade de ter doenças complicadas lá na frente. Então vários casais não a quiseram e Rosália e Érico a adotaram. 

Rosália Sanábio e Laila
Foto: Acervo Pessoal
Segundo Rosália, o trabalho que o GAABH faz é uma gotinha no Oceano, mas é uma parte importante na vida dos casais porque o grupo proporciona conforto e esperança. O grande propósito é criar uma família sócio afetiva. “A adoção não é um processo tranquilo, porque a gente tem que entender que de um lado você ganha uma família, mas dependendo da idade da criança, ela pensa que está perdendo outra. Isso é complicado, mas o grupo nos ajuda nisso. O importante é que as crianças tenham amor, segurança e limite também”, revela Rosália.


Reuniões:

O GAABH é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, e tudo que é feito é através do voluntariado, da solidariedade. Visto isso as reuniões são realizados em um espaço cedido pelo CEFET- MG, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, sempre em um sábado ao mês, na parte da tarde, normalmente entre às 15h e 17h30m. Advogados, juízes, médicos, são levados para sanar dúvidas, dar depoimentos e aumentar assim, o interesse das pessoas que participam.


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