domingo, 27 de outubro de 2013

Exemplo de cidadania

Por : Ana Amélia Andrade, Danilo Oliveira, Natália Quaresma e Thalita Marinho

Centro de Referência Ambiental e Cultural investe na cultura e no meio ambiente como forma de promoção social e enriquecimento da comunidade




Foi com o desejo de melhorar sua cidade natal, buscando a preservação do meio ambiente e da propagação dos trabalhos sociais dos moradores de sua terra, que o empresário Nino Resende fundou, em São Joaquim de Bicas, em 2009, o Centro de Referência Ambiental João Amazonas.


No primeiro ano de existência da instituição, conta Nino, ele distribuía gratuitamente mudas em eventos públicos, praças e estabelecimentos comerciais, além de fazer o plantio de árvores em áreas degradadas de Bicas. O objetivo, segundo ele, era recuperar e preservar áreas verdes e com nascentes do município, além de arborizar e estimular o plantio de pomares, hortaliças e ervas medicinais nas residências.


Palestra e plantio do canteiro de plantas medicinais . FOTO: REPRODUÇÃO

Ainda em 2009, Nino atuou, junto a um grupo de artesões de Bicas, na criação do Movimento Viva Mulher, evento realizado pela entidade e que tem o intuito de promover a arte e os artistas da cidade. “Ele acontece uma vez por ano, na praça da igreja matriz de São Joaquim de Bicas, um dos principais cartões-postais do município. Atende crianças e idosos, oferecendo atividades como rua de lazer, oficinas, tratamento de beleza, dança, música e capoeira”, explica.

Frequentadora assídua do Viva Mulher, a artesã Divina da Silva Aleixo fala da importância do projeto. “Sou apaixonada pelo que faço. Por isso, participo do programa. Lá, a gente aprende muito mais sobre artesanato. Além disso, o espaço é um local onde faço amigos e interajo com as pessoas”, ressalta.

Com o passar dos anos, os trabalhos do Centro João Amazonas foram ampliados e parcerias firmadas para capacitar a população por meio de cursos, oficinas e palestras. “Gosto muito de plantas e, por isso, o primeiro curso que fiz no instituto foi o de beneficiamento de plantas medicinais. Foi tão bacana que voltei para participar de outro, o de cultivo de plantas”, elogia a aposentada Cheila Maria.

Em janeiro de 2012, a entidade foi registrada em cartório e tornou-se o Centro de Referência Ambiental e Cultural João Amazonas, uma associação sem fins lucrativos, que investe na cultura e no meio ambiente como forma de promoção social e enriquecimento do cidadão. Por isso, para o fundador – que sonha em fazer do local um centro de referência estadual na prestação de serviços ambientais, sociais e culturais – atitudes precisam e devem ser tomadas para que o projeto continue a ser um exemplo de cidadania.


 Curso de tear chileno . FOTO: REPRODUÇÃO

“Precisamos conscientizar e reeducar as pessoas para que elas possam viver de forma sustentável, não só respeitando e conservando o meio ambiente, mas também ensinando formas de reaproveitamento e promovendo ações para recuperar áreas degradadas”, afirma Nino. Além disso, o Centro de Referência investe na capacitação e no aperfeiçoamento dos trabalhos artesanais, criando oportunidades para que eles sejam expostos e vendidos em eventos, feiras e exposições. Busca também promover cursos, oficinas e palestras para atender à população mais carente e fazer um trabalho de integração, trabalhando para melhorar a qualidade de vida, entender os problemas e suprir as necessidades dos moradores de Bicas.

Desafios

Problemas como a diminuição do desmatamento e as consequências que ele traz (-1) são assuntos diariamente discutidos em toda parte do mundo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de ter tido um grande avanço em relação ao desenvolvimento sustentável, o Brasil ainda tem muitos desafios a enfrentar.

Os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – IDS 2012, que o IBGE lançou durante a Rio +20, traçaram um panorama do País em quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. Os 62 indicadores, produzidos ou reunidos pelo IBGE, mostraram ganhos e fragilidades. Entre os ganhos, incluem-se a redução, em seis anos, de cerca de 77% no desflorestamento bruto anual da Amazônia Legal, o aumento do número de áreas protegidas, a queda da mortalidade infantil pela metade em uma década, e o acesso crescente às redes de água e esgoto e aos serviços de coleta de lixo. Entre as fragilidades, estão a permanência das desigualdades socioeconômicas e de gênero.

Segundo a assessoria de imprensa do IBGE, o número de áreas protegidas, sobretudo as de uso sustentável, cresceu nos últimos dez anos. No esforço de manutenção da biodiversidade, é fundamental a delimitação de espaços preservados - Unidades de Conservação (UCs) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) -, onde a exploração dos recursos naturais é proibida ou controlada por legislação específica. As UCs podem ser de Proteção Integral (parques nacionais, reservas biológicas etc.), onde é proibida a presença de populações permanentes e vedadas as atividades econômicas; ou de Uso Sustentável (como as APAs – Áreas de Proteção Ambiental e as reservas extrativistas), em que é permitida a presença de populações tradicionais. As RPPNs são de propriedade privada, com atividades de baixo impacto, a exemplo do ecoturismo. Até 2011, data da última atualização, o País contava com 310 UCs, abrangendo 8,8% do território nacional e 574 RPPNs. 

Ainda que o resultado seja positivo, é preciso fazer muito para mudar o cenário do País. Espaços com mata virgem ou que não tenham recebido a transformação feita pelo homem são difícil de serem vistos. O João Amazonas é, sem dúvida alguma, um projeto importantíssimo para o cenário mineiro. São com pequenas atitudes como esta que a construção de um futuro vai sendo feita .

Parcerias que dão certo

O resultado obtido na união de pessoas que podem ajudar e de pessoas que querem aprender pode fazer uma enorme diferença. A equipe do João Amazonas acredita que somente com um trabalho integrado e mediante parcerias é possível alcançar o sucesso. Por isso, eles desenvolveram ações em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Prefeitura de Bicas. “Além, é claro, das parcerias feitas com as associações de bairros, pessoas da comunidade e empresas privadas. Tudo para tornar nossos objetivos possíveis e trabalhar em prol dos nossos maiores patrimônios: as pessoas e o meio em que vivemos”, salienta Nino. Além de aumentar a qualidade de ensino, com novas parcerias, o instituto poderá atender, a cada dia, mais pessoas interessadas em aprender.


2 comentários:

  1. Exemplo de cidadania
    Por : Ana Amélia Andrade, Danilo Oliveira, Natália Quaresma e Thalita Marinho
    Centro de Referência Ambiental e Cultural investe na cultura e no meio ambiente como forma de promoção social e enriquecimento da comunidade
    Foi com o desejo de melhorar sua cidade natal, buscando a preservação do meio ambiente e da propagação dos trabalhos sociais dos moradores de sua terra, que o empresário Nino Resende fundou, em São Joaquim de Bicas, em 2009, o Centro de Referência Ambiental João Amazonas.
    No primeiro ano de existência da instituição, conta Nino, ele distribuía gratuitamente mudas em eventos públicos, praças e estabelecimentos comerciais, além de fazer o plantio de árvores em áreas degradadas de Bicas. O objetivo, segundo ele, era recuperar e preservar áreas verdes e com nascentes do município, além de arborizar e estimular o plantio de pomares, hortaliças e ervas medicinais nas residências.
    Palestra e plantio do canteiro de plantas medicinais . FOTO: REPRODUÇÃO
    Ainda em 2009, Nino atuou, junto a um grupo de artesões de Bicas, na criação do Movimento Viva Mulher, evento realizado pela entidade e que tem o intuito de promover a arte e os artistas da cidade. “Ele acontece uma vez por ano, na praça da igreja matriz de São Joaquim de Bicas, um dos principais cartões-postais do município. Atende crianças e idosos, oferecendo atividades como rua de lazer, oficinas, tratamento de beleza, dança, música e capoeira”, explica.
    Frequentadora assídua do Viva Mulher, a artesã Divina da Silva Aleixo fala da importância do projeto. “Sou apaixonada pelo que faço. Por isso, participo do programa. Lá, a gente aprende muito mais sobre artesanato. Além disso, o espaço é um local onde faço amigos e interajo com as pessoas”, ressalta.
    Com o passar dos anos, os trabalhos do Centro João Amazonas foram ampliados e parcerias firmadas para capacitar a população por meio de cursos, oficinas e palestras. “Gosto muito de plantas e, por isso, o primeiro curso que fiz no instituto foi o de beneficiamento de plantas medicinais. Foi tão bacana que voltei para participar de outro, o de cultivo de plantas”, elogia a aposentada Cheila Maria.
    Em janeiro de 2012, a entidade foi registrada em cartório e tornou-se o Centro de Referência Ambiental e Cultural João Amazonas, uma associação sem fins lucrativos, que investe na cultura e no meio ambiente como forma de promoção social e enriquecimento do cidadão. Por isso, para o fundador – que sonha em fazer do local um centro de referência estadual na prestação de serviços ambientais, sociais e culturais – atitudes precisam e devem ser tomadas para que o projeto continue a ser um exemplo de cidadania.
    Curso de tear chileno . FOTO: REPRODUÇÃO
    “Precisamos conscientizar e reeducar as pessoas para que elas possam viver de forma sustentável, não só respeitando e conservando o meio ambiente, mas também ensinando formas de reaproveitamento e promovendo ações para recuperar áreas degradadas”, afirma Nino. Além disso, o Centro de Referência investe na capacitação e no aperfeiçoamento dos trabalhos artesanais, criando oportunidades para que eles sejam expostos e vendidos em eventos, feiras e exposições. Busca também promover cursos, oficinas e palestras para atender à população mais carente e fazer um trabalho de integração, trabalhando para melhorar a qualidade de vida, entender os problemas e suprir as necessidades dos moradores de Bicas.

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  2. DESAFIOS
    Problemas como a diminuição do desmatamento e as consequências que ele traz (-1) são assuntos diariamente discutidos em toda parte do mundo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar de ter tido um grande avanço em relação ao desenvolvimento sustentável, o Brasil ainda tem muitos desafios a enfrentar.
    Os Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – IDS 2012, que o IBGE lançou durante a Rio +20, traçaram um panorama do País em quatro dimensões: ambiental, social, econômica e institucional. Os 62 indicadores, produzidos ou reunidos pelo IBGE, mostraram ganhos e fragilidades. Entre os ganhos, incluem-se a redução, em seis anos, de cerca de 77% no desflorestamento bruto anual da Amazônia Legal, o aumento do número de áreas protegidas, a queda da mortalidade infantil pela metade em uma década, e o acesso crescente às redes de água e esgoto e aos serviços de coleta de lixo. Entre as fragilidades, estão a permanência das desigualdades socioeconômicas e de gênero.
    Segundo a assessoria de imprensa do IBGE, o número de áreas protegidas, sobretudo as de uso sustentável, cresceu nos últimos dez anos. No esforço de manutenção da biodiversidade, é fundamental a delimitação de espaços preservados - Unidades de Conservação (UCs) e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) -, onde a exploração dos recursos naturais é proibida ou controlada por legislação específica. As UCs podem ser de Proteção Integral (parques nacionais, reservas biológicas etc.), onde é proibida a presença de populações permanentes e vedadas as atividades econômicas; ou de Uso Sustentável (como as APAs – Áreas de Proteção Ambiental e as reservas extrativistas), em que é permitida a presença de populações tradicionais. As RPPNs são de propriedade privada, com atividades de baixo impacto, a exemplo do ecoturismo. Até 2011, data da última atualização, o País contava com 310 UCs, abrangendo 8,8% do território nacional e 574 RPPNs.
    Ainda que o resultado seja positivo, é preciso fazer muito para mudar o cenário do País. Espaços com mata virgem ou que não tenham recebido a transformação feita pelo homem são difícil de serem vistos. O João Amazonas é, sem dúvida alguma, um projeto importantíssimo para o cenário mineiro. São com pequenas atitudes como esta que a construção de um futuro vai sendo feita .
    Parcerias que dão certo
    O resultado obtido na união de pessoas que podem ajudar e de pessoas que querem aprender pode fazer uma enorme diferença. A equipe do João Amazonas acredita que somente com um trabalho integrado e mediante parcerias é possível alcançar o sucesso. Por isso, eles desenvolveram ações em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e a Prefeitura de Bicas. “Além, é claro, das parcerias feitas com as associações de bairros, pessoas da comunidade e empresas privadas. Tudo para tornar nossos objetivos possíveis e trabalhar em prol dos nossos maiores patrimônios: as pessoas e o meio em que vivemos”, salienta Nino. Além de aumentar a qualidade de ensino, com novas parcerias, o instituto poderá atender, a cada dia, mais pessoas interessadas em aprender.
    25/25

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