Fotos da matéria: Sarah Lima
Pessoas que querem mudar o mundo! pode parecer uma frase muito sonhadora para alguns, mas existe um casal que decidiu fazer a diferença na vida de muitas famílias. A fundação Obra Prima é uma casa de apoio para as famílias que tem filhos especiais. O Fundação, que vai completar cinco anos, nasceu do sonho de um arquiteto e pastor Vladimir Ribeiro e sua esposa a bióloga com especialização na área de educação especial Waldenice Ribeiro, com um sonho de fazer algo diferente no mundo.
Pastor Vladimir Ribeiro, responsável pela Fundação Obra Prima
Vladimir vindo de uma família pobre e que morava no interior, sempre quis fazer a diferença na área social. Sua especialização na arquitetura foi na área comunitária. O pastor tem um filho especial, e sempre que buscava ajuda para o tratamento ele não encontrava. Ao ver sua dificuldade em buscar tratamento, ele e sua esposa começaram a pensar nas famílias que passavam pela mesma limitação, então decidiram ajudar as demais famílias que se encontravam na mesma situação.
Para Waldenice a missão do Obra Prima é trazer para as crianças a alegria que na maioria das vezes elas não encontram em casa. O grande diferencial da Fundação é fazer com que cada criança se sinta amada e todos os envolvidos no projeto formem uma grande família. O Projeto consegue se manter graças ao convênio com o Governo Estadual, e com as arrecadações financeiras que chegam por meio da venda de biscoitos caseiros em uma barraquinha na Igreja Batista da Lagoinha.
Atualmente, quarenta famílias são atendidas pela fundação, contando com a ajuda de sessenta voluntários que trabalham no local. O casal é responsável por buscar doações e equipamentos para a fundação. As próximas realizações do Obra Prima para melhorar mais o lugar serão, construir um playground, uma piscina de hidroterapia e adquirir um veículo para o transporte das famílias que moram longe.
Brinquedoteca lugar de ser criança
Sala para brincadeiras pedagógicas
O Obra Prima atende crianças e adolescentes até os dezoito anos. Quando os jovens chegam a maior idade, o pastor que tem parcerias com empresas dão aos jovens a oportunidade para a inserção na vida profissional.
O Obra Prima carrega no nome, o significado muito especial: Obra porque todos somos uma obra especial criada por Deus; e Prima por sermos únicos. O tema da cor da casa é o azul: céu e mar. Mar tipifica os seres humanos e o céu Deus, assim na visão do casal seria Deus presente na terra. O amor de Deus presente na terra fazendo a diferença na vida das famílias que necessitam de ajuda. E as paredes da casa são ilustradas com histórias bíblicas.
Parede decorada com inspiração nas diversas ondas
A casa onde fica o Obra Prima só teve um morador e quando a família resolveu vender a residência colocou uma condição: que a casa continuasse sendo uma casa familiar. O encontro perfeito aconteceu quando o casal conheceu a dono da casa e explicou porque queriam comprar a casa. Waldenice e Vladimir compraram a casa e o antigo dono acabou deixando alguns móveis e livros para ajudar no projeto.

Fachada da casa onde fica a Fundação
A preocupação do Obra Prima é em atender não só a criança especial, mas a família que precisa de apoio e acompanhamento para vencer com as limitações. Com isso é gerado na família a conscientização da importância de um adulto na vida da criança especial. A Fundação desenvolve atividades entre elas o atendimento com a fonoaudióloga, consulta com psicopedagoga, reforço escolar, acompanhamento psicológico com a família e a arte terapia.
O sonho do Obra Prima segundo Waldenice é alcançar o maior número de famílias, inserir as crianças na escola e futuramente no mercado de trabalho. Eles realizam o momento Brilho nas Estrelas, um evento onde pessoas que tem necessidades especiais contam sua história de superação e deixam o exemplo para outros jovens e famílias, de que é possível alcançar os sonhos mesmo diante das limitações físicas.
Para o pastor é importante o acompanhamento dos pais durante todo o tratamento. E para ajudar ainda mais as crianças no interação com outros, o projeto adotou um mascote paraplégico, o cachorro da raça Pastor Alemão, chamado Dolly Melk. O animal é tão especial para todos que em homenagem estão confeccionando por um artista plástico, uma réplica de Dolly Melk.

O projeto ainda tem uma revista que será lançada em breve, que contará a história de uma criança que é deficiente e a cadeira automática tem superpoderes. O objetivo do Pastor Vladimir Ribeiro e da esposa é que esse projeto alcance a todas as crianças do Brasil.
FRASES QUE MARCARAM
“O nosso sonho é alcançar as famílias, principalmente aquelas que não tem esse atendimento, que estão perdidas, que estão com o filho fora da escola porque não conseguem vagas.”
“Qualquer família que tenha um filho especial, ela é bem vinda na nossa casa.”
“A pessoa pode ter deficiências, mas o fôlego de vida que Deus dá não tem defeito.”
“Eu não consigo mudar o mundo inteiro, mas eu consigo mudar o mundo de uma família.”
A VISÃO DE QUEM PARTICIPA DO OBRA PRIMA
Não é uma missão nada fácil a tentar mudar o mundo. Mas não é impossível. Engana-se quem pensa que essa é uma atitude para poucos, pelo contrário, todos podem mudar o mundo a sua volta, isto com simples atitudes do dia a dia. O “Obra Prima” é um projeto que vem cumprindo o seu papel para melhorar o mundo. O reflexo desta mudança é visto nitidamente na vida dos voluntários, das famílias atendidas e principalmente no sorriso e alegria das crianças que fazem parte desta “família”.
Juliana Gomes é mãe da Eloá de apenas seis anos de idade, que foi diagnosticada com transtorno invasivo do desenvolvimento. Juliana e sua filha participam do projeto a quatro anos. Ela descobriu o centro de apoio através da igreja que frequenta. Em um dos cultos de mulheres as irmãs perceberam que a menina era diferente, assim a incentivaram a levar a filha até o Obra Prima.
Juliana disse perceber os avanços da filha. Segundo ela tudo é um estimulo. “Cheguei cheia de problemas na família, a questão de crianças especiais é muito complicada, pois a família fica toda desestruturada além, de já terem os problemas do dia a dia. Eu fui muito acolhida, fui tratada como pessoa, fui acarinhada pela casa eu fui acolhida de verdade. O projeto não cuida só da criança, mas acolhe a família inteira.”
A mãe de Eloá disse que adquiriu mais responsabilidade depois que entrou para o projeto. A partir da participação Juliana adquiriu uma percepção maior para entender e lidar com sua filha. Antes ela não entendia e não “queria ver” a realidade.
A psicopedagoga Claudete Dinelle, é voluntária e está no projeto a um mês. Foi convidada por uma amiga da faculdade a visitar o projeto e desde então se apaixonou. Para ela o projeto é muito interessante e só tem a crescer, as crianças são bem amparadas e recebem uma grande ajuda. Segundo ela o grande diferencial do Obra Prima é o lugar muito humano, que tem afeto, muito companheirismo, participação, onde existe troca de carinho. O papel da psicopedagoga na casa é ajudar a criança a tirar alguns bloqueios na aprendizagem. “É muito gratificante, nós aprendemos mais do que ensinamos”, afirmou a psicopedagoga.
Michele Cenisio é formada em pedagogia, é voluntária há um ano no Obra Prima. Segundo ela o projeto mudou a sua vida através da alegria das crianças e de poder passar o conhecimento que ela tem. Michele disse que é fundamental que os pais participem junto com as crianças, ela busca no trabalho trazer junto os pais, pois eles também precisam de atenção. Michele em sua entrevista cita várias motivos para o diferencial do projeto. “Atenção, carinho, a gente procura se envolver com os pais, ser parte da família deles, não ser apenas professora e pronto e acabou”, afirmou Michele.
O trabalho realizado pelo Ministério Obra Prima está refletido na vida de cada uma dessas pessoas. Que encontraram ali, naquela casa a oportunidade de viver melhor, de estar mais feliz e de encontrar uma nova família que os acolheu.
O Projeto fica na rua Itabira, 747, no bairro Concórdia e funciona de segunda à sexta, de 8 às 18. Para ser um voluntário basta entrar em contato pelos número 3421-4105 ou 8445-2910 (Falar com Vladimir), ou pelo e-mail vladimir.ribeiro@lagoinha.com.
PLANO VIVER SEM LIMITE
Pessoas com deficiência sofrem não apenas pelas suas delimitação físicas, mas também pela falta de acessibilidade nas cidades onde moram e pela falta de informação, que na maioria das vezes relacionam-se diretamente na qualidade de vida dele e da sua família. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem hoje 201.032.714 milhões de habitantes, sendo que 45,6 milhões dessa população, possuem algum tipo de deficiência. A acessibilidade nos municípios brasileiros é escassa, apesar da existência da lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.
Para melhorar a qualidade de vida dessa parte da população, o Governo Federal brasileiro criou no ano de 2011 o Plano Viver sem Limite (Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência). O Viver sem Limite será coordenado pela Secretaria dos Direitos humanos da Presidência da República (SDH/PR), e pretende implantar suas metas até 2014, com o investimento de R$ 7,6 bilhões. O Plano tem quatro segmentos como objetivo: Acesso à educação (buscando a ampliação do direito à educação para crianças e adolescentes com deficiência de 0 de 18 anos); Inclusão Social (que visa implantar Centros de Referência para oferecer apoio às pessoas com deficiência em situação de risco); Atenção à saúde (com o objetivo de aumentar as ações de prevenção às deficiências); e acessibilidade (que são ações em conjunto entre a União, os Estados e os Municípios, para aumentar a mobilidade urbana).
As pessoas com deficiência nunca pediram para serem tratadas de maneira diferente, mas ter a oportunidade de serem mais independentes e poder mostrar suas habilidades e talentos à sociedade. Tudo o que procuram é o cumprimento do direito de ir e vir, registrado na constituição brasileira. O ano de 2014 está próximo, e ainda falta muito o que se fazer para melhorar a mobilidade urbana e o acesso à informação, mas os sonhos e esperanças de ver um Brasil mais justo para todos persiste.
Fachada da casa onde fica a Fundação
A preocupação do Obra Prima é em atender não só a criança especial, mas a família que precisa de apoio e acompanhamento para vencer com as limitações. Com isso é gerado na família a conscientização da importância de um adulto na vida da criança especial. A Fundação desenvolve atividades entre elas o atendimento com a fonoaudióloga, consulta com psicopedagoga, reforço escolar, acompanhamento psicológico com a família e a arte terapia.
O sonho do Obra Prima segundo Waldenice é alcançar o maior número de famílias, inserir as crianças na escola e futuramente no mercado de trabalho. Eles realizam o momento Brilho nas Estrelas, um evento onde pessoas que tem necessidades especiais contam sua história de superação e deixam o exemplo para outros jovens e famílias, de que é possível alcançar os sonhos mesmo diante das limitações físicas.
Para o pastor é importante o acompanhamento dos pais durante todo o tratamento. E para ajudar ainda mais as crianças no interação com outros, o projeto adotou um mascote paraplégico, o cachorro da raça Pastor Alemão, chamado Dolly Melk. O animal é tão especial para todos que em homenagem estão confeccionando por um artista plástico, uma réplica de Dolly Melk.

O projeto ainda tem uma revista que será lançada em breve, que contará a história de uma criança que é deficiente e a cadeira automática tem superpoderes. O objetivo do Pastor Vladimir Ribeiro e da esposa é que esse projeto alcance a todas as crianças do Brasil.
FRASES QUE MARCARAM
“O nosso sonho é alcançar as famílias, principalmente aquelas que não tem esse atendimento, que estão perdidas, que estão com o filho fora da escola porque não conseguem vagas.”
Waldenice Ribeiro
Waldenice Ribeiro
Pastor Vladimir Ribeiro
“Eu não consigo mudar o mundo inteiro, mas eu consigo mudar o mundo de uma família.”
Pastor Vladimir Ribeiro
A VISÃO DE QUEM PARTICIPA DO OBRA PRIMA
Não é uma missão nada fácil a tentar mudar o mundo. Mas não é impossível. Engana-se quem pensa que essa é uma atitude para poucos, pelo contrário, todos podem mudar o mundo a sua volta, isto com simples atitudes do dia a dia. O “Obra Prima” é um projeto que vem cumprindo o seu papel para melhorar o mundo. O reflexo desta mudança é visto nitidamente na vida dos voluntários, das famílias atendidas e principalmente no sorriso e alegria das crianças que fazem parte desta “família”.
Juliana Gomes é mãe da Eloá de apenas seis anos de idade, que foi diagnosticada com transtorno invasivo do desenvolvimento. Juliana e sua filha participam do projeto a quatro anos. Ela descobriu o centro de apoio através da igreja que frequenta. Em um dos cultos de mulheres as irmãs perceberam que a menina era diferente, assim a incentivaram a levar a filha até o Obra Prima.
Juliana disse perceber os avanços da filha. Segundo ela tudo é um estimulo. “Cheguei cheia de problemas na família, a questão de crianças especiais é muito complicada, pois a família fica toda desestruturada além, de já terem os problemas do dia a dia. Eu fui muito acolhida, fui tratada como pessoa, fui acarinhada pela casa eu fui acolhida de verdade. O projeto não cuida só da criança, mas acolhe a família inteira.”
A mãe de Eloá disse que adquiriu mais responsabilidade depois que entrou para o projeto. A partir da participação Juliana adquiriu uma percepção maior para entender e lidar com sua filha. Antes ela não entendia e não “queria ver” a realidade.
A psicopedagoga Claudete Dinelle, é voluntária e está no projeto a um mês. Foi convidada por uma amiga da faculdade a visitar o projeto e desde então se apaixonou. Para ela o projeto é muito interessante e só tem a crescer, as crianças são bem amparadas e recebem uma grande ajuda. Segundo ela o grande diferencial do Obra Prima é o lugar muito humano, que tem afeto, muito companheirismo, participação, onde existe troca de carinho. O papel da psicopedagoga na casa é ajudar a criança a tirar alguns bloqueios na aprendizagem. “É muito gratificante, nós aprendemos mais do que ensinamos”, afirmou a psicopedagoga.
Michele Cenisio é formada em pedagogia, é voluntária há um ano no Obra Prima. Segundo ela o projeto mudou a sua vida através da alegria das crianças e de poder passar o conhecimento que ela tem. Michele disse que é fundamental que os pais participem junto com as crianças, ela busca no trabalho trazer junto os pais, pois eles também precisam de atenção. Michele em sua entrevista cita várias motivos para o diferencial do projeto. “Atenção, carinho, a gente procura se envolver com os pais, ser parte da família deles, não ser apenas professora e pronto e acabou”, afirmou Michele.
O trabalho realizado pelo Ministério Obra Prima está refletido na vida de cada uma dessas pessoas. Que encontraram ali, naquela casa a oportunidade de viver melhor, de estar mais feliz e de encontrar uma nova família que os acolheu.
O Projeto fica na rua Itabira, 747, no bairro Concórdia e funciona de segunda à sexta, de 8 às 18. Para ser um voluntário basta entrar em contato pelos número 3421-4105 ou 8445-2910 (Falar com Vladimir), ou pelo e-mail vladimir.ribeiro@lagoinha.com.
PLANO VIVER SEM LIMITE
Pessoas com deficiência sofrem não apenas pelas suas delimitação físicas, mas também pela falta de acessibilidade nas cidades onde moram e pela falta de informação, que na maioria das vezes relacionam-se diretamente na qualidade de vida dele e da sua família. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem hoje 201.032.714 milhões de habitantes, sendo que 45,6 milhões dessa população, possuem algum tipo de deficiência. A acessibilidade nos municípios brasileiros é escassa, apesar da existência da lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.
Para melhorar a qualidade de vida dessa parte da população, o Governo Federal brasileiro criou no ano de 2011 o Plano Viver sem Limite (Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência). O Viver sem Limite será coordenado pela Secretaria dos Direitos humanos da Presidência da República (SDH/PR), e pretende implantar suas metas até 2014, com o investimento de R$ 7,6 bilhões. O Plano tem quatro segmentos como objetivo: Acesso à educação (buscando a ampliação do direito à educação para crianças e adolescentes com deficiência de 0 de 18 anos); Inclusão Social (que visa implantar Centros de Referência para oferecer apoio às pessoas com deficiência em situação de risco); Atenção à saúde (com o objetivo de aumentar as ações de prevenção às deficiências); e acessibilidade (que são ações em conjunto entre a União, os Estados e os Municípios, para aumentar a mobilidade urbana).
As pessoas com deficiência nunca pediram para serem tratadas de maneira diferente, mas ter a oportunidade de serem mais independentes e poder mostrar suas habilidades e talentos à sociedade. Tudo o que procuram é o cumprimento do direito de ir e vir, registrado na constituição brasileira. O ano de 2014 está próximo, e ainda falta muito o que se fazer para melhorar a mobilidade urbana e o acesso à informação, mas os sonhos e esperanças de ver um Brasil mais justo para todos persiste.
A solidariedade como estilo de vida
ResponderExcluirMatéria: Camila Freitas, Sarah Lima e Stéphanie Lisboa
Fotos da matéria: Sarah Lima
“Pessoas que querem mudar o mundo!” pode parecer uma frase muito sonhadora para alguns, mas existe um casal que decidiu fazer a diferença na vida de muitas famílias. A fundação Obra Prima é uma casa de apoio para as famílias que têm (-1) filhos especiais. A Fundação, que vai completar cinco anos, nasceu do sonho do arquiteto e pastor Vladimir Ribeiro e de sua esposa, a bióloga com especialização na área de educação especial Waldenice Ribeiro, com um sonho de fazer algo diferente no mundo.
Pastor Vladimir Ribeiro, responsável pela Fundação Obra Prima
Vladimir, vindo de uma família pobre e que morava no interior, (-1) sempre quis fazer a diferença na área social. Sua especialização em arquitetura foi na área comunitária. O pastor tem um filho especial, e sempre que buscava ajuda para o tratamento, não encontrava. A partir de sua dificuldade em buscar tratamento, ele e sua esposa começaram a pensar nas famílias que passavam pela mesma limitação e, então, decidiram ajudar as demais famílias que se encontravam em situação semelhante.
Para Waldenice, a missão da Obra Prima é trazer para as crianças a alegria que na maioria das vezes elas não encontram em casa. O grande diferencial da Fundação é fazer com que cada criança se sinta amada e que todos os envolvidos no projeto formem uma grande família. O Projeto consegue se manter graças ao convênio com o Governo Estadual, e com as arrecadações financeiras que chegam por meio da venda de biscoitos caseiros em uma barraquinha na Igreja Batista da Lagoinha.
Atualmente, quarenta famílias são atendidas pela fundação, contando com a ajuda de sessenta voluntários que trabalham no local. O casal é responsável por buscar doações e equipamentos para a fundação. As próximas realizações da Obra Prima para melhorar mais o lugar serão construir um playground, uma piscina de hidroterapia e adquirir um veículo para o transporte das famílias que moram longe.
Brinquedoteca lugar de ser criança
Sala para brincadeiras pedagógicas
A Fundação Obra Prima atende crianças e adolescentes até os dezoito anos. Quando os jovens chegam à maior idade, o pastor entra em contato com empresas com as quais possui parceria. Tais empresas oferecem aos jovens a oportunidade para a inserção na vida profissional.
A Obra Prima carrega no nome um significado muito especial. Segundo Vladimir, a Fundação é Obra “porque todos somos uma obra especial criada por Deus; e Prima por sermos únicos”. O tema da cor da casa é o azul: céu e mar. Mar tipifica os seres humanos e o céu Deus. Assim, na visão do casal, este céu seria o amor de Deus presente na terra, fazendo a diferença na vida das famílias que necessitam de ajuda. Além disso, as paredes da casa são ilustradas com histórias bíblicas.
Parede decorada com inspiração nas diversas ondas
ResponderExcluirA casa onde fica a Obra Prima só teve um morador e, quando a família resolveu vender a residência, colocou uma condição: que o imóvel continuasse sendo uma casa familiar. O encontro perfeito aconteceu quando o casal conheceu a dono do lugar e explicou porque queriam comprar o imóvel. Waldenice e Vladimir compraram a casa e o antigo proprietário acabou deixando alguns móveis e livros para ajudar no projeto.
Fachada da casa onde fica a Fundação
A preocupação da Obra Prima é em atender não só a criança especial, mas a família que precisa de apoio e acompanhamento para vencer com as limitações. Com isso, é gerada na família a conscientização da importância de um adulto na vida da criança especial. A Fundação desenvolve atividades, entre elas, o atendimento com fonoaudióloga, consulta com psicopedagoga, reforço escolar, acompanhamento psicológico com a família e a arte-terapia.
O sonho da Obra Prima, segundo Waldenice, é alcançar o maior número de famílias, inserir as crianças na escola e, futuramente, no mercado de trabalho. Eles realizam o momento Brilho nas Estrelas, um evento no qual pessoas que têm necessidades especiais contam sua história de superação e deixam o exemplo para outros jovens e famílias. Um exemplo de que é possível alcançar os sonhos, mesmo diante das limitações físicas.
Para o pastor, é importante o acompanhamento dos pais durante todo o tratamento. E, para ajudar ainda mais as crianças na interação com outros, o projeto adotou um mascote paraplégico: o cachorro da raça pastor alemão chamado Dolly. O animal é tão especial para todos que, em sua homenagem, um artista plástico está confeccionando sua estátua.
O projeto ainda tem uma revista que será lançada em breve e contará a história de uma criança que é deficiente e possui uma cadeira automática com superpoderes. O objetivo do Pastor Vladimir Ribeiro e da esposa é que esse projeto alcance todas as crianças do Brasil. “Não consigo mudar o mundo inteiro, mas eu consigo mudar o mundo de uma família,” afirma Vladimir.
A VISÃO DE QUEM PARTICIPA DA OBRA PRIMA
Não é uma missão nada fácil a de tentar mudar o mundo. Mas não é impossível. Engana-se quem pensa que essa é uma atitude para poucos. Pelo contrário, todos podem mudar o mundo à (-1) sua volta. E podem fazer isto com simples atitudes em seu dia a dia. A Obra Prima é um projeto que vem cumprindo seu papel para melhorar o mundo. O reflexo desta mudança é visto nitidamente na vida dos voluntários, das famílias atendidas e, principalmente, no sorriso e na alegria das crianças que fazem parte desta família.
Juliana Gomes é mãe da Eloá, de apenas seis anos de idade, que foi diagnosticada com transtorno invasivo do desenvolvimento. Juliana e sua filha participam do projeto há (-1) quatro anos. Ela descobriu o centro de apoio através da igreja que frequenta. Em um dos cultos de mulheres, as irmãs perceberam que a menina era diferente. Assim, a incentivaram a levar a filha até a Obra Prima.
Juliana disse perceber os avanços da filha. Segundo ela, tudo é um estimulo. “Cheguei cheia de problemas na família. A questão de crianças especiais é muito complicada, pois a família fica toda desestruturada. Eu fui muito acolhida, fui tratada como pessoa e acarinhada pela casa. O projeto não cuida só da criança, mas acolhe a família inteira.” A mãe de Eloá disse que adquiriu mais responsabilidade depois que entrou para o projeto. A partir da participação, Juliana conseguiu entender e lidar melhor com sua filha. Antes ela parecia não entender a realidade.
ResponderExcluirA psicopedagoga Claudete Dinelle é voluntária e está no projeto há um mês. Foi convidada por uma amiga da faculdade a visitar o projeto e, desde então, se apaixonou. Para ela, o projeto é muito interessante e só tem a crescer, as crianças são bem amparadas e recebem uma grande ajuda. Segundo ela, o grande diferencial da Obra Prima é a humanidade que o lugar possui, transmitindo afeto e provocando a participação. O papel da psicopedagoga na casa é ajudar a criança a tirar alguns bloqueios na aprendizagem. “É muito gratificante, nós aprendemos mais do que ensinamos”, afirmou a psicopedagoga.
Michele Cenísio é formada em pedagogia e voluntária há um ano na Obra Prima. Segundo ela, o projeto mudou sua vida através da alegria das crianças e de poder passar o conhecimento que ela tem. Michele disse que é fundamental que os pais participem junto com as crianças. Ela busca, no trabalho, trazer junto os familiares, pois eles também precisam de atenção. Michele cita vários motivos para o diferencial do projeto. “Atenção, carinho. A gente procura se envolver com os pais, ser parte da família deles, não ser apenas professora”, explica Michele.
O trabalho realizado pela Fundação Obra Prima está refletido na vida de cada uma dessas pessoas. Gente que encontrou ali, naquela casa, a oportunidade de viver melhor, de estar mais feliz e de encontrar uma nova família que os acolheu.
O Projeto fica na rua Itabira, 747, no bairro Concórdia, e funciona de segunda a sexta, de 8 às 18 horas. Para ser um voluntário, basta entrar em contato pelos números 3421-4105 ou 8445-2910. Basta ligar e falar com o próprio Vladimir Ribeiro. Seu e-mail é vladimir.ribeiro@lagoinha.com.
PLANO VIVER SEM LIMITE
ResponderExcluirPessoas com deficiência sofrem não apenas pelas suas delimitação físicas, mas também pela falta de acessibilidade nas cidades onde moram e pela falta de informação, que na maioria das vezes relaciona-se diretamente com a qualidade de vida. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem hoje 201.032.714 milhões de habitantes, sendo que 45,6 milhões dessa população possui algum tipo de deficiência. A acessibilidade nos municípios brasileiros é escassa, apesar da existência da lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade.
Para melhorar a qualidade de vida dessa parte da população, o Governo Federal brasileiro criou, em 2011, o Plano Viver sem Limite, que integra o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O Viver sem Limite é coordenado pela Secretaria dos Direitos humanos da Presidência da República (SDH/PR), e pretende implantar suas metas até 2014, com o investimento de R$ 7,6 bilhões. O Plano tem quatro segmentos como objetivo: acesso à educação, buscando a ampliação do direito à educação para crianças e adolescentes com deficiência de 0 de 18 anos; inclusão social, que visa implantar Centros de Referência para oferecer apoio às pessoas com deficiência em situação de risco; atenção à saúde, com o objetivo de aumentar as ações de prevenção às deficiências; e acessibilidade, que são ações em conjunto entre a União, Estados e Municípios, para aumentar a mobilidade urbana.
As pessoas com deficiência nunca pediram para serem tratadas de maneira diferente. O que elas de fato querem é ter a oportunidade de serem mais independentes e poder mostrar suas habilidades e talentos à sociedade. Tudo o que procuram é o cumprimento do direito de ir e vir, registrado na constituição brasileira. O ano de 2014 está próximo, e ainda há muito a fazer para melhorar a mobilidade urbana e o acesso à informação. Mas os sonhos e esperanças de ver um Brasil mais justo para todos persiste.
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