Grupo de apoio a adoção realiza trabalho de destaque no auxílio a pais e filhos em BH
Por: Emerson Araujo, Fransciny Alves e Vinícius Silveira
“s.f.
Ação de adotar: a adoção de uma criança, de uma lei. // Adoção plena, adoção na
qual a criança adotada se integra completamente na família do adotante e perde
qualquer laço com a família de origem. // Adoção simples, adoção na qual os
laços de sangue subsistem. // Pátria de adoção, aquela que se escolheu para
residir.”
O dicionário Aurélio define adoção dessa
forma. A grande maioria das pessoas a enxerga como um ato de amor de um casal,
dando a uma criança abandonada uma nova família. Porém, esse processo se mostra
muito mais complicado quando analisado de forma mais próxima. Nem todos são
Brad’s, Angelina’s ou Madonna’s. A adoção é um processo extremamente humano e
que não deve se restringir a estereótipos ou preconceitos. Pessoas normais,
adotando crianças normais, num processo que deveria ser absolutamente normal.
Mas a lei brasileira continua defendendo que a adoção é uma última alternativa,
não levando muitas vezes em conta o direito ou a felicidade da criança, mas um
laço sanguíneo como fator primordial.
Casais homossexuais conseguem hoje o
direito a adoção, mas ainda se enxerga muito preconceito. Qualquer casal para
ser considerado apto a adoção, suscita uma avaliação de perfil para descobrir
se enquadram-se nos “preceitos necessários” a paternidade. Biologicamente, nada
disso é necessário. E muitas vezes a vontade de adotar esbarra na vergonha ou
mesmo nos burocráticos trâmites legais.
Motivada pelas dificuldades enfrentadas
no processo de sua primeira adoção, Fernanda Isoni fundou o GAABH, Grupo de
Apoio a Adoção de Belo Horizonte. De seu modo peculiar e com o apoio de várias
outras famílias que se mostraram solidárias a causa, o projeto vem ajudando
novas famílias a se formarem, consolidarem e aceitarem a naturalidade da
adoção. Chamado pela vice-presidente do grupo, de “uma gotinha no oceano”,
Fernanda, Rosália e todas as famílias que participam das reuniões conseguem
mudar o mundo e fazer uma sociedade melhor a cada riso, a cada choro, a cada
dia.
Quando
tudo começou

Fernanda, que é presidente do Grupo de Apoio
de Adoção de Belo Horizonte e mãe de cinco filhos, sendo que dois são adotivos,
explica a importância desse projeto. “Enquanto uma gravidez biológica demora
nove meses, na “gravidez adotiva”, você não sabe quando este filho vai chegar.
Então, este é um momento de muito sofrimento, e nós começamos a ver que as
pessoas com essa intenção de adotar precisavam de ajuda e resolvemos nos juntar
para auxiliá-las neste processo. Conseguimos a autorização da Vara da Infância
e da Juventude, e o GAABH teve seu inicio no fim de 2010”, conta.
Orientação
para os pais

À primeira vista, parece que este número
de pais conseguiria facilmente adotar todas estas crianças. O grande problema
são os perfis desejados por eles. A franca maioria deseja meninos e meninas
entre 0 e 6, e o número maior na fila de espera varia entre crianças e
adolescentes entre 7 e 17 anos. Além de um desejo privilegiado por crianças
brancas. Filhos pardos e negros somam 66,33% na lista de espera por pais
adotivos.
A presidente, fala sobre o trabalho de
orientação dos pais, da compreensão em entender que existem diversos tipos de
crianças, e que o pensamento deve-se basear nos interesses da criança, e não
propriamente no interesse dos pais. “A família que resolve adotar tem aquela
imaginação do filho ideal, um bebê perfeito, não só fisicamente e que não dê o
menor trabalho. Isso não existe, nem com filho biológico e nem adotivo. Então,
o grupo serve para esclarecer que existem crianças reais. Nos abrigos existem
crianças grandes, com deficiência, grupos de irmãos, negras, que são a maioria
já que o pessoal quer mais crianças brancas. O grupo existe também para mudar
este perfil e para que as pessoas enxerguem que estas crianças precisam ser
filhos do mesmo jeito que as outras” explica.
Rosália ressalta que o objetivo principal do
grupo é discutir uma Nova Cultura de adoção e incentivar o papel de adoções
necessárias, que são aquelas adoções tardias, inter-raciais, crianças com
necessidades especiais, crianças que os pais tinham envolvimento com drogas. “O
GAABH busca incentivar os pais que estão na fila para se informarem melhor
sobre o assunto, sobre o que é adotar. Porque com o tempo você percebe que vai
tendo uma flexibilização pelo perfil. Porque mais importante do que a criança
ser assim e assado, do jeito que a pessoa deseja - claro que isso é legítimo de
cada um, é o desejo de ser pai e mãe – é a criança e os pais se adaptarem e
formarem de fato uma família”, conta a vice-presidente.
Trabalho
de assessoria
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Fernanda e sua filha adotiva Isabela Foto: Vinícius Silveira |
Fernanda explicou como é feito o
trabalho de assessoria aos pais em diversos caminhos, para dar o máximo suporte
a aqueles que entram na lista para adoção. “Assessoria jurídica mesmo, a gente
não faz, pois nenhum de nós é advogado. Entendemos dos processos pelo número de
vezes que assistimos acontecer. Mas temos advogados que são nossos parceiros,
que nos ajudam e que, às vezes, nós indicamos. A vara da infância também tem
profissionais que são recomendados quando a pessoa não tem condições de pagar. Nosso
papel mesmo é o acompanhamento das famílias, antes, durante e depois da adoção”,
conta a presidente.
“Nós também temos um trabalho chamado “Busca
Ativa”, que é a você buscar encaixar o perfil de uma criança no perfil de uma
pessoa que está esperando. Isto acontece com as crianças fora do padrão
preferencial dos candidatos. Por exemplo: um bebê chega em um dia, logo depois
ele é adotado. Uma criança negra de sete anos, ela chega, fica um bom tempo até
encontrar pais que a queiram. O juizado nos comunica quando tem por exemplo, uma
criança negra, disponível para adoção com dificuldade de aprendizagem. Então,
nós buscamos nos contatos, até mesmo, em outros estados em uma rede de grupos
de adoção que funcionam no Brasil todo, um casal que busque uma criança assim.
Alguns casais desejam apenas uma criança que precise de uma família,
independente desse conceito de criança sem defeito. Nesse caso o processo acaba
sendo mais simples, porque a adoção não é simplesmente por conta dos pais. A
criança também precisa adotar aqueles pais como sua família”, explicou
Fernanda.
De acordo com os perfis relatados,
existem muitos pais que procuram por bebês. Mas, no caso de crianças com
deficiência física, a busca é menor. “Não há uma grande procura, mas o número
de crianças com deficiência é pequeno. Por isso, se for uma criança pequena,
conseguimos uma família. No momento do cadastro, existe uma série de opções que
os pais marcam para definir o perfil, e hoje existem pais que aceitam crianças
com deficiências, mas quando são crianças maiores, ai a busca é bem menor”.
Troca
de informações e interação com os pais
A troca de experiências é sempre válida,
pois existem muitos casos em que pessoas que recém adotaram uma criança, têm
dúvidas, e vão buscar conselhos com pessoas mais experientes. “No grupo, existe
este tipo de interação sim e é muito importante. As pessoas trocam informações,
experiências, esperam com outras pessoas que aguardam ansiosamente por
conseguir uma adoção e, até mesmo, sofrem juntas quando dá algo errado. Também
quando uma família consegue uma adoção e ela vai contar, um outro casal cria
novas esperanças para aguardar sua vez. Então, elas ficam amigas, trocam
telefones e formamos assim uma família entre amigos que vão criando uma relação
mais estreita com o passar dos tempos, até porque a ideia do grupo é que as
famílias continuem frequentando as reuniões e levem as crianças, para que elas
também cresçam em um ambiente de que não se sintam diferentes por terem sido
adotadas e vejam a adoção como um processo natural”, finalizou.
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Petterson Zugaib e Sandra com suas duas filhas, Ana e Eduarda Foto: GAABH |
O empresário Petterson Zugaib, 31 anos,
conta que conheceu o GAABH em 2011 através do “Ministério Adotar” da Igreja
Batista da Lagoinha. Ele e a esposa, professora Sandra Zugaib, 35 anos, estavam
em processo de adoção das duas meninas - hoje,
Ana com 6 anos e da Eduarda com 4, quando adotaram Ana estava com 4 e a Eduarda
com 2 - e desde então
não perdem uma reunião do grupo, “Logo na primeira reunião, nos sentimos
acolhidos e vimos que a troca de experiências foi fundamental, já que a nossa
visão sobre adoção foi ampliada”, conta o empresário.
Segundo Petterson, quando ele e a esposa
entraram no grupo já tinham muita informação sobre o que é adotar, mas o projeto
ajudou e continua ajudando muito através das trocas de experiências. “É através
do Grupo que você fica conhecendo todos os lados de uma mesma história, devido
a troca de informações, com assistentes sociais, juízes, pais adotivos e
aqueles que ainda pretendem adotar”, afirma Petterson.
O empresário revela que foi através do
GAABH, que percebeu que cada criança e cada pai é único e consequentemente cada
jeito de educar também é único. Foi no GAABH que a preocupação de Petterson de
como cuidar, educar as crianças foi minimizada. “A missão de educar você
aprende fazendo e as reuniões ajudaram a mostrar que cada filho, cada criança é
única, então o jeito de você educar aquela criança, também é único. Não existe
receita. O Peter e a Sandra tem um jeito de criar os filhos e outros casais a
mesma coisa. O importante é entender isso e contar com o apoio de outras
pessoas que passam pela mesma situação, é importante. O GAABH ajuda a construir
e entender essa nova forma de família”, conta.
Experiência
própria
Samuel e Laila Foto: Acervo Pessoal |
Rosália explica que por mais que a escolha
do perfil do primeiro filho, Samuel, que hoje tem 10 anos, tenha sido flexível
e ela tenha se inscrito em vários municípios, o processo foi complicado. “O
Samuel veio de uma das cidades do interior, então foi um processo muito
demorado, muito desgastante, porque na cidade pequena o juiz não é fixo, é
itinerante, então a adoção não é vista como prioridade. Isso me fez envolver
ainda mais com o Grupo de Adoção.”
Depois de um tempo, Rosália e o esposo Érico
Anderson, que também é professor, viram que havia espaço para mais uma criança
em casa. “Eu não sei quem disse, mas o amor é o único sentimento que aumenta,
quando se divide. Então nós vimos que havia a possibilidade de abrir espaço
para mais uma criança em nossas vidas. Então veio a Laila, em agosto de 2012. Na
escolha do perfil do segundo filho demos preferência a meninas de 0 a 5 anos,
mas com a possibilidade de meninas mais velhas e com possibilidade de doenças
tratáveis.” A bebê que hoje tem um ano chegou mais rápido para o casal porque a
genitora não realizou o pré-natal, não se cuidou e a criança tinha a
possibilidade de ter doenças complicadas lá na frente. Então vários casais não
a quiseram e Rosália e Érico a adotaram.
Rosália Sanábio e Laila Foto: Acervo Pessoal |
Segundo Rosália, o
trabalho que o GAABH faz é uma gotinha no Oceano, mas é uma parte importante na
vida dos casais porque o grupo proporciona conforto e esperança. O grande
propósito é criar uma família sócio afetiva. “A adoção não é um processo
tranquilo, porque a gente tem que entender que de um lado você ganha uma
família, mas dependendo da idade da criança, ela pensa que está perdendo outra.
Isso é complicado, mas o grupo nos ajuda nisso. O importante é que as crianças
tenham amor, segurança e limite também”, revela Rosália.
Reuniões:
O GAABH é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, e tudo
que é feito é através do voluntariado, da solidariedade. Visto isso as reuniões
são realizados em um espaço cedido pelo CEFET- MG, Centro Federal de
Educação Tecnológica de Minas Gerais, sempre em um sábado ao mês, na parte da
tarde, normalmente entre às 15h e 17h30m. Advogados, juízes, médicos, são
levados para sanar dúvidas, dar depoimentos e aumentar assim, o interesse das
pessoas que participam.
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ADOÇÃO: UM PROCESSO QUE SE VENCE COM VONTADE
ResponderExcluirPor: Emerson Araujo, Fransciny Alves e Vinícius Silveira
Grupo de apoio à (-1) adoção realiza trabalho de destaque no auxílio a pais e filhos em BH
“Adoção - s.f. Ação de adotar: a adoção de uma criança, de uma lei. // Adoção plena, adoção na qual a criança adotada se integra completamente na família do adotante e perde qualquer laço com a família de origem. // Adoção simples, adoção na qual os laços de sangue subsistem. // Pátria de adoção, aquela que se escolheu para residir.”
O dicionário Aurélio define adoção dessa forma. A grande maioria das pessoas a enxerga como um ato de amor de um casal, dando a uma criança abandonada uma nova família. Porém, esse processo se mostra muito mais complicado quando analisado de forma mais próxima. Nem todos são Brad’s, Angelina’s ou Madonna’s. A adoção é um processo extremamente humano e que não deve se restringir a estereótipos ou preconceitos. Pessoas normais, adotando crianças normais, num processo que deveria ser absolutamente normal. Mas a lei brasileira continua defendendo que a adoção é uma última alternativa, não levando muitas vezes em conta o direito ou a felicidade da criança, mas um laço sanguíneo como fator primordial.
Casais homossexuais conseguem hoje o direito a adoção, mas ainda se enxerga muito preconceito. Qualquer casal, para ser considerado apto à adoção, suscita uma avaliação de perfil para descobrir se enquadram nos “preceitos necessários” à paternidade. Biologicamente, nada disso é necessário. E muitas vezes a vontade de adotar esbarra na vergonha ou mesmo nos burocráticos trâmites legais.
Motivada pelas dificuldades enfrentadas no processo de sua primeira adoção, Fernanda Isoni fundou o Grupo de Apoio a Adoção de Belo Horizonte (GaaBH). De modo peculiar e com o apoio de várias outras pessoas que se mostraram solidárias à causa, o projeto vem ajudando novas famílias a se formarem, consolidarem e aceitarem a naturalidade da adoção. Rosália Sanábio, vice-presidente do GaaBH, acredita que o grupo é apenas “uma gotinha no oceano”. Ela, Fernanda e todas as famílias que participam das reuniões conseguem, com esta gotinha, mudar o mundo e fazer uma sociedade melhor a cada riso, a cada choro, a cada dia.
Quando tudo começou
Mãe de dois filhos adotivos – Samuel, de 10 anos; e Laila, de um – Rosália Sanábio conta como surgiu o grupo e as motivações que levaram à criação do projeto. “Conheço a Fernanda Isoni há mais de 10 anos, porque trabalhamos na mesma escola. Na época, eu estava em processo de adoção do Samuel e começamos a dividir experiências sobre o fato de sermos mães adotivas, os problemas legais, a demora e a adaptação das crianças. Então, descobrimos que outras pessoas que já tinham adotado (-1) tinham os mesmos problemas, as mesmas dúvidas, mas não tínhamos um espaço pra conversar, um lugar pra discussão, porque o exercício da adoção é um ato muito solitário. Na verdade, o Estado se preocupa com o bem-estar da criança, não dos pais adotantes. Com isso, veio a ideia de criar um grupo para discutir esse tipo de problema”, explica a professora.
Fernanda, que é presidente do Grupo de Apoio de Adoção de Belo Horizonte e mãe de cinco filhos, dois deles adotivos, explica a importância desse projeto. “Enquanto uma gravidez biológica demora nove meses, na “gravidez adotiva”, você não sabe quando este filho vai chegar. Então, este é um momento de muito sofrimento, e nós começamos a ver que as pessoas, com essa intenção de adotar, precisavam de ajuda. Por isso, resolvemos nos juntar para auxiliá-las neste processo. Conseguimos a autorização da Vara da Infância e da Juventude, e o GaaBH teve seu inicio no fim de 2010”, conta.
Orientação para os pais
ResponderExcluirDe acordo com o Cadastro Nacional de Adoção, existem mais de 5.400 crianças esperando uma família. Este número aumenta quando se fala em pais que esperam por uma criança: mais de 29 mil.
À primeira vista, parece que este total de pais conseguiria facilmente adotar todas estas crianças. O grande problema são os perfis desejados por eles. A franca maioria deseja meninos e meninas entre 0 e 6, e o número maior na fila de espera varia entre crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos. Além disso, existe um desejo por crianças brancas. Filhos pardos e negros somam 66,33% na lista de espera por pais adotivos.
A presidente fala sobre o trabalho de orientação dos pais, da compreensão em entender que existem diversos tipos de crianças, e que o pensamento deve-se basear nos interesses da criança, e não propriamente no interesse dos pais. “A família que resolve adotar tem aquela imaginação do filho ideal, um bebê perfeito não apenas fisicamente, e que não dê o menor trabalho. Isso não existe, nem com filho biológico e nem adotivo. Então, o grupo serve para esclarecer que existem crianças reais. Nos abrigos, há crianças grandes, com deficiência, grupos de irmãos, crianças negras, gente de todo tipo. O grupo existe também para mudar este perfil e para que as pessoas enxerguem que estas crianças precisam ser filhos, do mesmo jeito que as outras” explica.
Rosália ressalta que o objetivo principal do grupo é discutir uma nova cultura de adoção e incentivar o papel de adoções necessárias, que são aquelas adoções tardias, inter-raciais, crianças com necessidades especiais, crianças cujos pais tinham envolvimento com drogas. “O GaaBH busca incentivar os pais que estão na fila a se informarem melhor sobre o assunto, sobre o que é adotar. Porque, com o tempo, você percebe que vai acontecendo uma flexibilização do perfil. Porque, mais importante do que a criança ser assim e assado é o desejo de ser pai e mãe, é a criança e os pais se adaptarem e formarem de fato uma família”, conta a vice-presidente.
Trabalho de assessoria
Fernanda e sua filha adotiva Isabela - Foto: Vinícius Silveira
O GaaBH também possui um trabalho essencial para o melhor encaminhamento do processo de adoção. Trata-se de um programa de assessoria também denominado “Busca Ativa”. A ajuda de pessoas do grupo faz com que os candidatos à adoção percebam uma realidade que nem sempre combina com os estereótipos que geralmente existem na cabeça dos futuros pais: crianças brancas, com poucos meses de vida e com genitores biológicos sem histórico de vícios. “Além disso, há casos ainda mais complicados. Um exemplo é de crianças com deficiências. Elas também precisam de pais. Mas poucos querem adotá-las”, lembra Fernanda Isoni.
Nesse sentido, o GaaBH mostra que seu trabalho vai além de juntar pais e filhos. Trata-se, aqui, de um acompanhamento quase que permanente do processo de adoção. Para isso, o grupo realiza troca constante de experiências entre os que já adotaram e aqueles que desejam iniciar o processo de adoção. “As pessoas trocam telefones, ficam amigas. Assim, formamos uma verdadeira família”, acredita Fernanda.
Petterson Zugaib e Sandra com suas duas filhas, Ana e Eduarda - Foto: GaaBH
O empresário Petterson Zugaib, 31 anos, conta que conheceu o GaaBH em 2011 através do “Ministério Adotar”, da Igreja Batista da Lagoinha. Ele e a esposa, a professora Sandra Zugaib, 35 anos, estavam em processo de adoção das duas meninas - hoje, Ana, com 6 anos, e Eduarda, com 4. “Logo na primeira reunião, nos sentimos acolhidos e vimos que a troca de experiências foi fundamental, já que a nossa visão sobre adoção foi ampliada”, conta o empresário.
Zugaib revela que foi através do GaaBH que percebeu que cada criança e cada pai são únicos e, consequentemente, cada jeito de educar também é único. “Não existe receita”, admite. Para ele, o importante é entender isso e contar com o apoio de outras pessoas que passam pela mesma situação. Nesse contexto, o papel do GaaBH é ajudar a construir e entender esse novo conceito de família.
HISTÓRIA DE VIDA
ResponderExcluirSamuel e Laila - Foto: Acervo Pessoal
A primeira adoção de Rosália Sanábio, a de Samuel, que tinha dois anos na época, é exemplar. Mesmo depois de fazer um perfil flexível da criança que desejaria adotar, ela não conseguiu fugir das complicações inerentes ao processo. “O Samuel veio de uma cidade do interior. A coisa foi demorada e desgastante, porque em cidade pequena o juiz é itinerante e a adoção não é vista como prioridade. Isso me fez envolver ainda mais com o Grupo de Adoção,” conta.
A adoção de Laila, a segunda, aconteceu em agosto de 2012. O perfil que escreveram pedia uma menina de zero a cinco anos, sem deixar de a possibilidade de meninas mais velhas e com doenças tratáveis. Laila chegou rápido, porque sua mãe biológica não fez sequer o pré-natal, o que pode querer dizer que a garotinha ter, no futuro, alguma complicação de saúde. “Vários casais não a quiseram e eu e meu marido a trouxemos para nossa família”, explica.
Rosália Sanábio e Laila - Foto: Acervo Pessoal
FIQUE LIGADO NO GaaBH
O GaaBH é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, e tudo que é feito acontece através do voluntariado, da solidariedade. As reuniões são realizadas em um espaço cedido pelo Cefet-MG, à Av. Amazonas, 5253, Nova Suíça, sempre em um sábado ao mês, à tarde. Para mais informações, acesse http://gaabh.org.br/site.
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