sábado, 26 de outubro de 2013

                                                A verdadeira sustentabilidade

Por: Guilherme Almeida e Moisés de Oliveira.

Ao chegar à loja de bicicleta, é quase certo que qualquer sujeito por mais adepto ao sedentarismo, se renda ao ar jovial e esportista que o ambiente revela. Nas paredes, várias bicicletas de todos os tipos, tamanhos e modelos, penduradas por intermédio de ganchos. Dão logo o recado; que ali, elas reinam.

Cleriston Cardoso, 37 anos, proprietário do estabelecimento, tem orgulhoso do que faz e exibe com satisfação as “Magrelas”. “Trabalho com isso desde quando tinha meus 15 anos de idade, e não me vejo fazendo outra coisa”, afirma empolgado.

          Cleriston Cardoso – Proprietário do estabelecimento

Ao longo de vários anos de profissão e admiração pelo o esporte, ele conta que sua maior alegria foi descobrir que seu filho também tinha gosto pelo ciclismo.  “Desde pequeno o incentivo, mesmo assim não pude deixar de me surpreender quando percebi que ele tinha herdado o gosto do pai”, revela emocionado.

O relato da primeira bicicleta foi em 1818, na França, mas precisamente em Paris. Levava o curioso nome de “Cavalinho de pau”, feita de madeira e sem pedal, obrigava o condutor a realizar uma força descomunal para movimentá-la.

O longo dos anos, a bicicleta veio sofrendo grandes mutações, até ocorrer a mais revolucionária. Em finais da década de 70, jovens surfistas americanos, que em dias de pouca onda no mar da Califórnia ficavam sem sua principal diversão, descobriram nas trilhas das montanhas um novo universo de emoção. Naquela mesma época, foi organizada a primeira competição de mountain bike, modalidade praticada na terra ou em pisos irregulares.

Nos últimos anos no Brasil, o esporte cresceu muito, hoje ocupa a 11° colocação na preferência dos brasileiros em pesquisa divulgada pelo o site Slideshare. Cleriston acredita que esta expansão, se deve aos bons resultados obtidos pelos atletas do país em competições internacionais de alto nível.

Perguntado se ele tem preferência por alguma modalidade, Cleriston rebate dizendo que para o trabalho não, mas quando o assunto é competir, seu coração bate mais acelerado pelo BMX (que em inglês significa): Bike,Moto,Cross, um segmento que mescla asfalto e terra e pode ser praticado em qualquer lugar que apresente as características.

Há dois anos, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou um projeto chamado “pedala BH”. Visando o incentivo e a prática do esporte o órgão implantou vários pontos de ciclovia na cidade, como Savassi, Barreiro, Pampulha, entre outros. “Hoje, existe ciclovias e locais para a prática do esporte na capital, mas ainda muito próximo da realidade de que a cidade necessita. Mas acredito que as coisas estão melhorando, já esteve bem crítica nossa situação”, afirma.

Outro fator preocupante é a falta de respeito e de bom senso dos motoristas para com os ciclistas. Hoje no Brasil, os acidentes envolvendo bicicletas e veículos representam 6% do total ocorrido, ou seja, 3 mil mortos e 30 mil feridos por ano. O que muitas vezes inibi novos praticantes.

Para Cleriston, o desrespeito ao ciclista no trânsito, é uma questão de educação não e conscientização. Mas complementa dizendo que a grande maioria dos motoristas colabora para um trânsito mais democrático neste aspecto.

A Holanda é um país modelo na utilização das “magrelas”, como principal meio de transporte. Lá existe legislação especifica para elas e multa para quem as descumprir. São mais de 30 mil quilômetros de ciclovias espalhadas por toda a extensão territorial, tornando a Holanda, o país de maior malha ciclo-viária do mundo. Sem contar um projeto de lei que transita no congresso, para que seja cobrado um imposto por quilômetro percorrido, para proprietários de veículos. Com isso o governo espera diminuir o fluxo de carros nas ruas ainda mais.

No continente sul americano, as duas cidades que mais investiram nessa nova realidade das ciclovias, foram o Rio de Janeiro e Bogotá na Colômbia. O Rio acaba ficando em 2° lugar com os seus 235 quilômetros contra os respectivos 340 da capital colombiana. Números insignificantes em vista do que de fato existe no país Europeu.

Em sua loja onde ele faz concertos e montagens de bikes, Cleriston conta com uma ajuda muito especial. Sua esposa Andresa Cardoso o ajuda nas atividades do dia a dia, e confessa que admira o trabalho do marido. “Eu acho importante o trabalho dele, 1° porque sempre foi o sonho dele trabalhar com bicicletas, e 2° porque ele faz um bem para a saúde das pessoas e ao planeta, mesmo que indiretamente”, complementa Andresa.


 Cleriston e Andresa Cardoso(Esposa de Cleriston)

Da última década pra cá, o preocupação com futuro do planeta aumentou espantosamente, em especial com os gases poluentes emitidos na atmosfera. Vários tratados tentaram sem sucesso que países diminuíssem suas emissões. Neste contexto, segundo alguns mais apaixonados pelo o esporte, o transporte do futuro não será os ônibus espaciais ou carros “voadores”, mas a “velha senhora de duas rodas”.

Indagado se ele concorda com essa possibilidade, ele afirma que acredita. Apesar de ser uma realidade muito distante. Mas salienta que precisaria ser investido muito dinheiro em conscientização das pessoas e adaptação das vias urbanas principalmente, para que as coisas começassem a fluir.

“Acho que cada um tem que fazer sua parte nessa caminhada, e a minha é incentivar pessoas a trocarem o automóvel pelo o pedal. Conheci diversas pessoas que mudaram seus hábitos, suas vidas, e hoje lavam uma vida mais saudável. Acredito que este seja um caminho bastante promissor para uma vida com mais qualidade”, completa o Empresário.


Retranca:

O meio ambiente contribui muito para nossa sobrevivência, o fato de respirar deixa bem claro como devemos muito à dele. A realidade de nosso país está muito distante dessa preocupação. Metrópoles com baixo número de ciclovia geram grandes desconfortos aos amantes da categoria. Quando às que possui, são mal organizadas ou mal planejas.


O Brasil não chega nem a completar 1010 km de ciclovia, precisamos pensar um pouco no meio ambiente e na sustentabilidade ou a realidade vai tomar conta de nós em um piscar de olhos.

2 comentários:

  1. A VERDADEIRA SUSTENTABILIDADE
    Por Guilherme Almeida e Moisés de Oliveira.
    Ao chegar à loja de bicicleta, é quase certo que qualquer sujeito, por mais sedentário que seja, se renda ao ar jovial e esportista que o ambiente revela. Nas paredes, várias bicicletas de todos os tipos, tamanhos e modelos, penduradas por ganchos, dão logo o recado: ali, na Cross Bike, são elas que reinam.
    Cleriston Cardoso, 37 anos, proprietário do estabelecimento, tem orgulhoso do que faz e exibe com satisfação as magrelas. “Trabalho com isso desde quando tinha meus 15 anos de idade, e não me vejo fazendo outra coisa”, afirma, empolgado.
    Cleriston Cardoso: paixão por bicicleta – Foto: Moisés de Oliveira
    Ao longo de vários anos de profissão e admiração pelo o esporte, ele conta que sua maior alegria foi descobrir que seu filho também tinha gosto pelo ciclismo. “Desde pequeno o incentivo. Mesmo assim, não pude deixar de me surpreender quando percebi que ele tinha herdado o gosto do pai”, revela, emocionado.
    A primeira bicicleta surgiu em 1818, na França, mais precisamente em Paris. Levava o curioso nome de “cavalinho de pau”. Feita de madeira e sem pedal, obrigava o condutor a realizar uma força descomunal para movimentá-la.
    Ao longo dos anos, a bicicleta veio sofrendo grandes mutações, até ocorrer a mais revolucionária. Em finais da década de 1970, jovens surfistas americanos, que em dias de pouca onda no mar da Califórnia ficavam sem sua principal diversão, descobriram nas trilhas das montanhas um novo universo de emoção. Naquela mesma época, foi organizada a primeira competição de mountain bike, modalidade praticada na terra ou em pisos irregulares.
    Nos últimos anos, no Brasil, o esporte cresceu muito. Hoje, ele ocupa a 11° colocação na preferência dos brasileiros em pesquisa divulgada pelo site Slideshare. Cleriston acredita que esta expansão se deve aos bons resultados obtidos pelos atletas do País em competições internacionais de alto nível.
    Perguntado se ele tem preferência por alguma modalidade, Cleriston rebate, dizendo que, para o trabalho não, mas quando o assunto é competir, seu coração bate mais acelerado pela BMX, que em inglês significa Bike,Moto,Cross, um segmento que mescla asfalto e terra e pode ser praticado em qualquer lugar que apresente as características.
    Há dois anos, a Câmara Municipal de Belo Horizonte aprovou um projeto chamado “Pedala BH”. Visando o incentivo e a prática do esporte, o órgão implantou vários pontos de ciclovia em lugares da cidade, como a Savassi, o Barreiro, a Pampulha, entre outros. “Hoje, existem (-1) ciclovias e locais para a prática do esporte na capital. Mas o número ainda esta aquém daquilo que a cidade necessita. Acredito que as coisas estão melhorando”, afirma.
    Outro fator preocupante é a falta de respeito e de bom senso dos motoristas para com os ciclistas. Hoje, no Brasil, os acidentes envolvendo bicicletas e veículos representam 6% do total ocorrido, ou seja, 3 mil mortos e 30 mil feridos por ano, o que muitas vezes inibe (-1) novos praticantes. Para Cleriston, o desrespeito ao ciclista no trânsito (-1) é uma questão de educação e conscientização. Segundo ele, a grande maioria dos motoristas respeita o ciclista, o que não impede que aconteçam muitos acidentes.
    A Holanda é um país modelo na utilização das magrelas como principal meio de transporte. Lá, existe legislação especifica para elas e multa para quem a descumprir. São mais de 30 mil quilômetros de ciclovias espalhados (-1) por toda a extensão territorial, tornando a Holanda o país de maior malha cicloviária do mundo. Sem contar um projeto de lei que transita no congresso holandês, para que seja cobrado, dos proprietários de veículos automotores, um imposto por quilômetro percorrido. Com isso, o governo espera diminuir ainda mais o fluxo de carros nas ruas.

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  2. No continente sul americano, as duas cidades que mais investiram nessa nova realidade das ciclovias foram o Rio de Janeiro e Bogotá, na Colômbia. O Rio acaba ficando em segundo lugar, com seus 235 quilômetros, contra os 340 da capital colombiana. Números insignificantes, em vista do que de fato existe no país Europeu.
    Na Cross Bike, onde Cleriston faz concertos e montagens de bicicletas, ele conta com uma ajuda muito especial. Trata-se de sua esposa Andresa Cardoso, que lhe auxilia nas atividades do dia a dia. Andresa confessa que admira o trabalho do marido. “Acho importante o que ele faz. Primeiro, porque sempre foi o sonho dele trabalhar com bicicletas. Depois, porque ele faz um bem para a saúde das pessoas e para o planeta, mesmo que indiretamente”, completa Andresa.
    Cleriston e Andresa Cardoso: trabalhando juntos – Foto; Moisés de Oliveira
    Da última década pra cá, o preocupação com futuro do planeta aumentou espantosamente, em especial com os gases poluentes emitidos na atmosfera. Vários tratados tentaram sem sucesso que países diminuíssem suas emissões. Neste contexto, segundo alguns mais apaixonados pelo esporte, o transporte do futuro não será ônibus espaciais ou carros voadores, mas a velha senhora de duas rodas.
    Indagado se ele concorda com essa possibilidade, Cleriston afirma que sim, apesar de acreditar que esta é uma realidade muito distante. Ele salienta que precisaria ser investido muito dinheiro em conscientização das pessoas e adaptação das vias urbanas principalmente, a fim de que as coisas começassem a fluir. “Acho que cada um tem que fazer sua parte nessa caminhada. A minha é incentivar pessoas a trocarem o automóvel pelo pedal. Conheci diversas pessoas que mudaram seus hábitos e hoje lavam uma vida mais saudável. Acredito que este seja um caminho bastante promissor para um mundo com mais qualidade”, completa o empresário.
    24/25

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